Cantor do hit ‘Sexta-feira sua linda’ foi preso em operação do MPGO em dezembro
Sertanejo foi a primeira pessoa presa por fraude em serviços de música digital do País; advogado do cantor, José Paulo Schneider disse que Ronaldo colaborou com a investigação e se arrependeu

Cantor sertanejo preso na operação Desafino, do Ministério Público de Goiás (MPGO), em 5 de dezembro, é Ronaldo Torres de Souza, da ex-dupla Alex e Ronaldo. Na ocasião, o MP informou apenas que houve o cumprimento de mandado de prisão e outros de busca e apreensão. Ele foi detido em Passo Fundo (RS), sendo a primeira pessoa presa por fraude em serviços de música digital do País.
Ao Mais Goiás, o advogado do cantor, José Paulo Schneider, disse que Ronaldo colaborou com a investigação e se arrependeu. “Reconheceu os erros”, disse ao portal. Confira a posição completa e oficial no fim da matéria.
O nome do sertanejo foi divulgado pelo UOL. Ele é conhecido pela música “Sexta-feira sua linda”, hit em 2015. A operação que culminou na prisão do artista investiga o ‘furto’ de músicas sertanejas para lucrar com direitos autorais de artistas renomados em plataformas de streaming.
O esquema de fraude, que envolve cópias de materiais artísticos pela internet e apropriações indevidas de lucros advindos de audiência, é alvo de investigação em Goiás, onde a maioria das vítimas reside. Ronaldo seria responsável por coordenar uma rede de perfis falsos para lançar as faixas roubadas – a maioria registrada em agregadoras estrangeiras (empresas que fazem a ponte entre artistas e aplicativos). Os lucros das execuções iriam para a conta PIX do investigado.
Conforme o MP, houve o bloqueio de bens móveis e imóveis no montante de R$ 2.312.000,00. Criptomoedas também foram confiscadas. Apurou-se, à época, que a fraude pode ter afetado mais de 400 canções, com aproximadamente 30 milhões de visualizações em aplicativos de música. E o prejuízo das vítimas seria superior a R$ 6 milhões.
“Play” automático
Além do Rio Grande do Sul, a operação também foi deflagrada em Pernambuco. No Recife, agentes encontraram 21 laptops em uma casa do artista que davam “play” automático nas músicas, simulando audiência de 2,5 mil ouvintes.
Defesa
Ronaldo não está mais preso. Advogado dele, José Paulo Schneider disse ao Mais Goiás que o cantor colaborou desde o começo com a investigação. Afirmou, ainda, que ele informou espontaneamente as senhas de todos os aparelhos eletrônicos apreendidos. “O cantor, durante seu interrogatório perante o MP, reconheceu seus erros e demonstrou profundo arrependimento, tendo atuado diretamente para a melhor resolução do caso, circunstâncias essas que, aliadas à postura colaborativa, foram fundamentais para que o próprio MP concordasse com a substituição da prisão preventiva por cautelares diversas da prisão.”
Nota completa da defesa:
“A defesa informa que o cantor se mostrou colaborativo desde o momento da deflagração da operação Desafino, capitaneada pelo GAECO do Estado de Goiás.
Salienta-se que o cantor informou espontaneamente as senhas de todos os aparelhos eletrônicos apreendidos, o que foi crucial para que o Ministério Público pudesse compreender e elucidar a real dimensão do ocorrido.
Rregistra-se, ainda, que o cantor, durante seu interrogatório, prestado perante o Ministério Público, reconheceu seus erros e demonstrou profundo arrependimento, tendo atuado diretamente para a melhor resolução do caso, circunstâncias essas que, aliadas à postura colaborativa, foram fundamentais para que o próprio Ministério Público concordasse com a substituição da prisão preventiva por cautelares diversas da prisão.
Na oportunidade, inclusive, o Ministério Público destacou que a postura do cantor era elogiável e poucas vezes vista no dia-a-dia da área criminal.
Informa-se, ademais, que será apresentada a respectiva defesa prévia, bem como que o cantor permanece à disposição das autoridades, com o objetivo de que o processo tenha o melhor desfecho possível para todoas as partes envolvidas.
Destaca-se, por fim, que o cantor sempre teve uma vida de correção e retidão, sendo que os fatos em análise não resumem sua história e seu caráter pessoal ou profissional, tratando-se de um episódio isolado em toda sua trajetória. O cantor encontra-se profundamente arrependido e abalado com a repercussão negativa dos fatos denunciados.”
José Paulo Schneider
OAB/RS 102.244