INTERPRETAÇÃO

Cantor Bruno Duarte: família contesta versão de legítima defesa apresentada por psicólogo

Bruno disse a um amigo que podia estar “envolvido em um problema”, e o amigo ofereceu abrigo

Imagem do Bruno com um violão
“Essa questão de legítima defesa não procede”, disse o primo Wellington Elias Antunes. (foto: reprodução / redes sociais)

A família do cantor Bruno Gama Duarte, 36 anos, morto a facadas em frente ao Monumento da Paz, no Bosque dos Buritis, em Goiânia, no último fim de semana, contesta a alegação de legítima defesa apresentada pelo psicólogo Arthur Vinícius Silva Lima, 32 anos, preso suspeito do homicídio na terça-feira (29).

O primo da vítima, Wellington Elias Antunes, relatou ao Mais Goiás que o cantor havia comentado com um amigo, dias antes do crime, que poderia estar “envolvido em um problema”. “Ele chegou falou para esse amigo que achava que tinha entrado em uma situação complicada, porque parece que o cara descobriu alguma coisa e não aceitava. O amigo até respondeu: ‘Então vem ficar aqui em casa’”, disse.

Segundo Wellington, a família não acredita hipótese apresentada pela defesa do suspeito. “Essa questão de legítima defesa não procede. Testemunhas viram que o cara agrediu, saiu, voltou e agrediu mais. As últimas facadas foram no pescoço, acredito que foram as fatais”, afirmou.

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Imagem de Bruno morto no último sábado
Bruno Duarte era filho único e estudava música na IFG (Foto: reprodução / redes sociais)

Mulher no Maranhão

A polícia apura ainda a informação de que a ex-mulher de Arthur não estaria mais em Goiás. Segundo relatos da família de Bruno, ela teria se mudado para o Maranhão, possivelmente após episódios de ameaças atribuídas ao suspeito. Segundo a família, a mulher teria ido embora ainda no dia 12 de julho, quando não há mais contato entre ela e a vítima.

O primo também disse que a polícia investiga uma possível emboscada. “Foi cruel. Teve emboscada, foi algo premeditado. Não deu chance de defesa para o Bruno. Ele já estava sendo seguido. Uma vizinha contou que viu o carro do suspeito na rua dele duas ou três vezes antes do crime”, completou.

Wellington ainda citou que prints de mensagens em análise pela polícia podem indicar ameaças anteriores. “Agora a gente não sabe se a ex-mulher do suspeito foi para o Maranhão por causa de ameaças. A polícia tem esses prints e está investigando”, disse.

Imagem do local do homicídio
Família acredita que o crime foi uma emboscada premeditada (divulgação GCM)

“Não estava armado”, acredita primo

A família contesta a versão de que Bruno estivesse armado. “Ontem conversamos com os pais dele, e falaram desse suposto canivete. Isso não existe. Bruno tinha até medo de faca em cozinha”, contou Wellington. Amigos do cantor chegaram a comentar que a vítima era faixa preta em ‘jiu jitsu’ e lutava ‘Muay Thai’, sabia se defender, no entanto, pode ter sido surpreendido pelo suspeito. Em outro comentário o amigo afirma inclusive que a vítima teria dito que a mulher estaria separada de Arthur há dois anos e se divorciado há três meses.

O celular da ex-mulher, de Athur e o telefone de Bruno encontrado na cena do crime, foram entregues à polícia e estão sendo periciados. A investigação busca esclarecer a motivação e confirmar se houve premeditação no crime.

Monumento da Paz

Testemunhas relataram que Bruno e o suspeito discutiram em voz alta do lado de fora do parque, em uma conversa que parecia bastante acalorada. Logo depois, Bruno foi visto correndo para dentro do parque, onde caiu ferido pouco tempo depois. O assassino teria fugido em um carro preto logo após o ataque.

Imagem de Arthur suspeito do crime
Vizinha relatou ter visto um carro igual o usado por Athur, rondando a rua de Bruno antes do crime (Divulgação PMGO)

Após o ataque, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado, mas, quando a equipe chegou, Bruno já estava sem vida. A Guarda Civil Metropolitana também esteve no local. A vítima não tinha passagens pela polícia.

Polícia Civil assumiu a investigação e trabalha para identificar o autor e esclarecer a motivação do crime. O celular e a carteira de Bruno, que ainda tinha dinheiro, não foram levados.

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