Coronavírus

“Casos de Covid-19 em Goiânia devem aumentar”, diz superintendente de Saúde da Capital

Se as medidas de distanciamento social não forem cumpridas, os casos de Covid-19 em Goiânia…

“Casos de Covid-19 em Goiânia devem aumentar”, diz Yves Mauro Ternes
“Casos de Covid-19 em Goiânia devem aumentar”, diz Yves Mauro Ternes

Se as medidas de distanciamento social não forem cumpridas, os casos de Covid-19 em Goiânia devem aumentar. É o que garante Yves Mauro Ternes, superintendente de Vigilância em Saúde da capital. Em entrevista ao Mais Goiás, ele falou sobre os dados recentes de contaminação na capital e no estado, a possível flexibilização das medidas de isolamento social e os cuidados necessários para evitar a contaminação.

Uma pesquisa feita pela Universidade Federal de Goiás (UFG) mostrou que a infecção pelo novo coronavírus já atingiu 55 bairros de Goiânia. Para o superintendente esses dados mostram que a contaminação já é comunitária. Entretanto, ele afirmou que ainda não é possível dizer se a cidade chegou no pico da contaminação. “É muito difícil estimar se o pico chegou. Não temos ainda um parâmetro de circulação viral e estamos verificando essa situação para termos esse parâmetro”.

Yves disse ainda que, apesar das medidas, os casos devem aumentar, principalmente se o distanciamento social não for respeitado.  “A expectativa é que tenhamos um aumento de casos. Goiânia começou o distanciamento de maneira bem precoce e o vírus está circulando muito pouco no município. Os dados que temos hoje mostram um aumento gradual. A partir do momento que você ameniza o distanciamento, você tem uma população mais suscetível sendo exposta. Por isso as medidas tem que estar muito claras na mente da população, para que os casos não aumentem de forma exponencial”.

Troca no Ministério da Saúde

Yves não quis comentar sobre a possível saída de Luiz Henrique Mandetta do Ministério da Saúde (MS). Perguntado sobre o tema, ele deu ênfase na política de saúde adotada na capital e no estado.

“Goiânia está muito alinhada com o governo do estado no que diz respeito ao isolamento. É importante avaliar o cenário local. Temos um apoio muito grande da UFG e vamos seguir aqui o que os especialistas dizem sobre as medidas de controle”.

Flexibilização do distanciamento social

Desde a vigência do decreto do governo do estado, vários setores da sociedade se manifestaram solicitando o fim do isolamento social e a reabertura do comércio. Em vídeo publicado nas redes sociais, o presidente Federação do Comércio de Goiás (Fecomércio), Marcelo Baiocchi, defendeu a abertura total das empresas do Estado, desde que respeitadas regras de segurança sanitária. O próprio governador Ronaldo Caiado (DEM), anunciou em uma live que irá flexibilizar o funcionamento de algumas áreas de atividade econômica.

Sobre essa questão, o superintendente ressaltou que uma possível abertura não pode significar que a população volte a circular normalmente. “A gente sabe que ainda tem muitas pessoas suscetíveis. Mesmo se governo optar uma abertura escalonada, a população não pode pensar que pode afrouxar. Temos transmissão comunitária, qualquer pessoa pode transmitir o vírus”.

Yves ressaltou a importância de manter o distanciamento entre as pessoas como a melhor forma de evitar a contaminação. “Distanciamento de dois metros entre as pessoas, lavar as mãos e usar álcool em gel sempre que possível e evitar contato com o rosto e com mucosas. Principalmente, ficar em casa em caso de sintomas respiratórios. Se for sair, saia com a máscara. Essas medidas não podem afrouxar”.

Uso da máscara

Perguntado pelo Mais Goiás sobre o uso de máscaras e sobre quais tipos devem ser utilizados, Yves recomendou que a população use as opções caseiras, mas ressaltou que o distanciamento é a principal medida a ser tomada.

A máscara cirúrgica e a N95 só devem ser usadas por trabalhadores de saúde. A recomendação é que a população use máscaras caseiras, de tecido, para diminuir o risco de contágio. Nesses casos, recomendamos que elas tenham  pelo menos duas camadas de tecido, para a capacidade de transmissão seja a mínima possível. Mas o principal é evitar sair de casa. Se precisar ir para um local com aglomeração, use máscara. Se não for possível, mantenha 2 metros de distância das pessoas”, reforçou.

O superintendente concluiu a entrevista ressaltando que a máscara não representa proteção total contra o coronavírus. “A população não pode achar que, usando máscara, está protegida. A pessoa pode encostar na máscara e depois levar a mão nos olhos e no nariz. É importante que a pessoa esteja atenta sempre, lavando as máscaras com água e sabão, não tocando na parte externa dela e passando ferro sempre que possível”, concluiu.