Policiais acusados de matar três adolescentes passam por júri popular em Goiânia
Os policiais acusados haviam sido absolvidos pela 3ª Vara dos Crimes Dolosos Contra a Vida, mas o TJ determinou novo julgamento
Após seis anos da Chacina do Jardim das Aroeiras, os cinco policiais militares responsáveis pela morte de três adolescentes serão novamente julgados, mas dessa vez por um júri popular. O julgamento está marcado para o dia 24 de abril, às 8h30, no Tribunal do Júri, no Park Lozandes, em Goiânia.
Os réus haviam sido absolvidos pelo juiz da 3ª Vara dos Crimes Dolosos Contra a Vida, mas o Tribunal de Justiça acolheu recurso de apelação e determinou que os policiais militares sejam julgados pelo Tribunal do Júri.
Walisson Barros dos Santos, Maycon Ferreira Conceição da Silva e Pedro Henrique Souza Santos foram mortos por policiais de uma equipe do GIRO em 2018. Segundo a versão dos policiais, eles foram recebidos por disparos de arma de fogo ao chegarem à residência onde os jovens estavam reunidos. No entanto, nenhuma arma foi encontrada com as vítimas. Os policiais alegam que retiraram as armas do chão porque as vítimas ainda estavam vivas, mesmo após uma delas ter recebido nove disparos que atingiram órgãos vitais e as mãos.
Na versão apresentada pela denúncia, os policiais invadiram a residência sem mandado, alegando que havia um veículo roubado na garagem. Testemunhas relataram ter visto os policiais com uma sacola com armas e drogas e levando para dentro do imóvel, em uma aparente tentativa de forjar provas. Além disso, o veículo supostamente roubado não poderia ser visto de fora da casa, pois estava atrás do imóvel.
Também há relatos de ameaças contra familiares dos adolescentes. A avó de Walisson foi ameaçada e agredida pelos policiais, que perguntaram sobre o paradeiro do irmão de jovem, identificado como Thalisson Santos. Seis meses após a chacina, Thalisson foi morto em Senador Canedo pelo mesmo policial que comandava a equipe no dia da morte do irmão.