LESADOS

Clientes relatam fuga de dono de loja de celulares; prejuízo pode chegar a milhões

Clientes que adquiriram aparelhos da JD Celulares, loja virtual com sede física em Goiânia e…

Clientes que adquiriram aparelhos da JD Celulares, loja virtual com sede física em Goiânia e Palmas, relatam que o dono, Mayckel Sanderson, sumiu desde pelo menos a última sexta-feira (18), e os vendedores não respondem aos contatos. A suspeita é que o proprietário tenha desaparecido com dinheiro de centenas de clientes sem entrega de produtos. Cálculo é que o prejuízo possa chegar a milhões de reais.

A JD é conhecida por vender aparelhos de celular, sobretudo iPhones e Xioamis, a preço abaixo do mercado e com presença massiva nas redes sociais, por indicação de subcelebridades. No entanto, o que parecia ser uma boa oportunidade de pagar mais barato nos aparelhos se tornou uma dor de cabeça e prejuízo. Alguns clientes relatam perda de até R$ 140 mil.

Segundo os clientes, a loja, que funciona desde pelo menos 2017, oferecia os aparelhos a preços que chegavam a R$ 500 abaixo do mercado, com prazo de entrega de 30 a 45 dias. No entanto, desde o meio do ano, não estava conseguindo entregar os aparelhos aos clientes. Na última sexta-feira, funcionários teriam sido avisados pelo dono para não fazer mais nenhuma encomenda. Desde então Mayckel desapareceu.

Os clientes se mobilizaram e formaram grupos de WhatsApp na tentativa de reaver o prejuízo. A conta é que pelo menos 900 clientes tenham sido lesados. Eles pretendem acionar a Justiça de forma coletiva e individual.

Diante da denúncia de sumiço, alguns clientes chegara a ir até a loja física localizada em Palmas, no Tocantins, e arrombaram o local, que estava vazio com sinais de abandono.

A página da JD Celulares no Instagram continua ativa, com 106 mil seguidores. As postagens, no entanto, estão com os comentários desativados.

Relatos

Um dos clientes é Arthur Leão, que relata ter sido lesado em R$ 28 mil. Ele comprava os aparelhos para revenda há pelo menos um ano. Como a loja oferecia preço diferenciado no atacado, era vantajoso a ele adquirir os produtos. Mas tudo começou de forma gradual, com um aparelho até chegar a vários, com a confiança adquirida.

” Tínhamos uma dificuldade de receber os produtos, antes era 25 dias úteis, depois 30 dias úteis, passou para 40 dias úteis. Mas até então era ok. No entanto, na última segunda feira era para chegar exatamente um pedido de 28 mil reais. Atrasou e ele me mandou uma mensagem se explicando e dizendo que sexta feira chegaria tudo”, afirma. “No entanto, na sexta feria fui no endereço novo dele, que já tinha conhecimento, e vi que a loja estava de suposto recesso”, afirma.

A estudante I.P., de 23 anos, também relata ter sido vítima do golpe. Ela comprou um iPhone em novembro, à vista na loja física no Centro de Goiânia, no valor de R$ 2.800. Ela recebeu dos vendedores o prazo de 45 dias para a entrega do aparelho. No entanto, com os relatos do sumiço de Maycklel, ela acredita que tenha sido lesada.

Wallany de Mendonça, de 18 anos, também afirma ter sido lesada. Ela relata que comprou um aparelho com um vendedor chamado Danilo, que informou que o prazo seria de 40 dias úteis. Antes do prazo expirar ela entrou em contato e recebeu a resposta de que o aparelho chegaria dentro do prazo. “Muitas vezes tive o atendimento negado, visto que o atendimento era online via WhatsApp muitas vezes não respondiam as mensagens solicitando retorno. A empresa não gera código de rastreio por se tratar de produtos importados e nem geram Nota Fiscal”, afirma.

No dia 14 de dezembro, o prazo de entrega expirou e o vendedor alegou que estavam sofrendo atrasos na mercadoria e que precisavam de 15 dias, não deixando explícito e se recusando a afirmar se seriam em dias corridos ou úteis, segundo a estudante.

“Fiz reclamações no Instagram e o dono entrou em contato comigo, disse que se o cliente não pudesse esperar o atraso das mercadorias ele faria o reembolso com correção, mas após isso se recusou todas as vezes em responder ou solucionar o meu pedido, visto que todas as mensagens eram visualizadas”, afirma.

O Mais Goiás tentou contato com a loja, mas não obteve retorno até o fechamento da matéria. O espaço está aberto para a livre manifestação.