Clima de tensão no Residencial Itamaracá continua mesmo após morte de Lázaro

Com informações de Paula Coutinho, direto de Girassol e Águas Lindas de Goiás

O clima é sepulcral na rua onde fica a casa da ex-sogra de Lázaro Barbosa, no Residencial Itamaracá, em Águas Lindas, onde o suspeito de matar uma família em Ceilândia teria vivido seus últimos momentos. Dona Isabel chegou a aparecer no portão, mas se escondeu assim que viu a reportagem.

“Não posso falar, não”, disse ela que, junto a filha, ex-companheira de Lázaro, é investigada pela polícia. A corporação vai apurar se elas auxiliaram o suspeito na fuga. Dependendo do resultado, elas poderão ser indiciadas.

O local, que é muito simples, está localizado a cerca de 6 km do Águas Lindas Shopping, com casebres espaçados entre um e outro. O clima entre os vizinhos de Dona Isabel também não era melhor. A reportagem tentou contato com, pelo menos, 15 pessoas que estavam nas proximidades.

Cabisbaixos, ninguém quis comentar sobre o caso, ou sobre a denúncia que resultou na morte do homem mais procurado do País, que ficou foragido por 20 dias em Goiás após suspeitas de matar uma família em Ceilândia (DF), no último dia 9 – o que ele teria confessado a ex-companheira. Tensão transparecia. A impressão in loco, contudo, é que qualquer um, ali, poderia ter denunciado a localização de Lázaro. Qualquer um poderia tê-lo visto.

Vale lembrar, a captura e morte de Lázaro ocorreram após denúncia de que o criminoso estaria na casa da ex-sogra, em Águas Lindas de Goiás. Todo o efetivo policial, tanto da base quanto dos outros pontos do imenso trecho que envolve Cocalzinho, Edilândia e Girassol, se deslocou para a cidade por volta 1h manhã de segunda-feira (28), após notícia de que o foragido teria sido avistado no Residencial Itamaracá, casa da mãe da ex-companheira.

O criminoso, no entanto, teria escapado mais uma vez, mas acabou sendo encontrado por policiais da força-tarefa em uma região de mata a poucos quilômetros da residência da ex-sogra. Segundo a Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO), o homem descarregou uma pistola contra os policiais. No revide, ele foi atingido com tiros no peito, barriga e cabeça.

A avaliação de uma pessoa de região, que preferiu não ser identificada, é que o cerco foi correto ao permitir que o suspeito deixasse o residencial rumo a mata. Isto, porque uma troca de tiro no condomínio poderia impactar a população.

Linha do tempo

– Quarta-feira (9) – A onda de crimes tem início quando o suspeito invade uma casa em Ceilândia. Lá, ele teria matado o empresário Cláudio Vidal, 48; dois filhos dele, Gustavo Marques, 21; e Carlos Eduardo Vidal, 15; e sequestrado a mãe deles, Cleonice Marques, 43.