Mais um aumento

Com reajuste, preço do gás de cozinha pode ultrapassar R$ 80 em Goiânia

Com aumento do preço do gás nas refinarias, divulgado na tarde desta quarta-feira (4), pela…

Com aumento do preço do gás nas refinarias, divulgado na tarde desta quarta-feira (4), pela Petrobras de 4,4%, muitas revendedoras de Goiânia já foram avisadas sobre o reajuste e o preço do botijão, que poderá chegar a R$ 83. Mesmo entrando em vigor desde as primeiras horas desta quinta-feira (5), a alta pelas revendedoras só será realizada nesta sexta (6).

Nesta situação, alguns lugares conseguiram abastecer com o preço antigo, como foi o caso da distribuidora em que trabalha Henrique Junqueira Cançado, localizada no Setor Pedro Ludovico. Segundo ele, o reajuste dependerá do valor que a revendedora repassar para a empresa.

“Eu ainda não sei precisar o valor correto do botijão com o aumento. Esse reajuste é na base da Petrobras para as revendedoras e tem vários fatores que  impactam no aumento, como o frete, que não sofreu alteração. Se o valor do reajuste que chegar para mim for significativo, teremos que aumentar, mas caso ao contrário, veremos outras soluções”, conta.

Com o atual preço de revenda a R$ 80, Henrique destaca que, com o monopólio que se concentra na estatal sobre a distribuição de gás, é complicado não ter esses aumentos. O funcionário considera o aumento abusivo, já que o mês de julho é considerado a pior época de venda para o comércio.

“Temos as férias e, durante a greve dos caminhoneiros, as pessoas que encontraram o produto fizeram estoques e, por causa disso, ainda tem o produto dentro de casa. Infelizmente sei que o gás P45 [tipo cilindro] sofrerá um aumento de, pelo menos, R$ 10. Pois ele já sai caro para a gente”, conta.

Sindicato

Zenildo Dias, presidente do Sindicato das Empresas Revendedoras de Gás da Região Centro Oeste (Sinergás), em Goiás, considera que esse não foi o melhor momento para a prática do reajuste. Ele conta que muitos revendedores amargaram em dívidas durante a greve dos caminhoneiros em razão da falta do produto e a consequente queda nas vendas.

“Esse aumento deveria ter sido realizado em setembro. Agora, nem o consumidor, nem os revendedores estão preparados. Muitos comerciantes ficarão mais uma vez no vermelho e, alguns, podem até fechar seus estabelecimentos, pois a queda nas vendas beiram os 30%”, acentua.

Ele conta ainda que, com o aumento, o preço do gás que é, em média R$ 73 na portaria, sofrerá um aumento de R$ 3 a R$ 4. Quando a entrega for necessária, o valor oscilará entre R$ 80 a R$ 83. “Os preços podem parecer absurdos, mas muitos revendedores poderão ter que fazer promoções para reduzirem os estoques e pagar suas dívidas. Isso é mais um caminho para que outros estabelecimentos declarem falência”, reflete.

Sindigás

No dia do reajuste, o Sindicado Nacional do Gás divulgou uma nota em seu site destacando que “esse ágio vem pressionando ainda mais os custos de negócios que têm o GLP entre seus principais insumos, impactando de forma crucial as empresas que operam com uso intensivo de GLP”.