JÚRI POPULAR

Começa o julgamento de acusados de matar advogados em Goiânia; acompanhe

A expectativa é de que o julgamento dure três dias

Teve início na manhã desta terça-feira (30) o julgamento dos acusados de matar os advogados Marcus Aprigio Chaves e Frank Alessandro Carvalhães de Assis dentro de um escritório em Goiânia, em outubro de 2020. A sessão do júri popular acontece no auditório do Fórum Cível da comarca de Goiânia. São julgados os réus Nei Castelli, Hélica Ribeiro Gomes e Cosme Lompa Tavares. A expectativa é de que o julgamento dure três dias.

Assista o júri popular aqui.

O Ministério Público de Goiás (MPGO) é representado pelo promotor de Justiça Geibson Cândido Martins Rezende e Spiridon Nicofotis Anyfantis na sessão presidida pelo juiz Eduardo Pio Mascarenhas da Silva.

Os assistentes de acusação são: Luís Alexandre Rassi, Tadeu Basto Roriz e Silva e Carlos Roberto de Freitas. Pela defesa, Marília Araújo Fontenele de Carvalho, Renato Armiliato Dias, Weyvel Zanelli da Silva Melo e Raphaella Krebs de Melo.

O MPGO sustentará a acusação contra três dos denunciados: o fazendeiro Nei Castelli, apontado como mandante dos crimes; Hélica Ribeiro Gomes, namorada de Pedro Henrique Martins Soares, executor dos homicídios; e Cosme Lompa Tavares, intermediário entre Nei e Pedro Henrique, que já foi julgado.

Os três envolvidos que serão julgados pelo crime agora e Pedro Henrique foram denunciados pelo promotor Geibson Rezende em dezembro de 2020. À época, a defesa de Pedro Henrique não recorreu da acusação, fazendo com que o julgamento do executor ocorresse antes dos demais. Ele foi levado a júri em maio de 2022 e condenado a 45 anos, 6 meses e 10 dias de prisão, em regime inicialmente fechado.

Denúncia

Conforme apontado na peça acusatória, o crime foi encomendado por Nei Castelli, em razão de as vítimas terem alcançado êxito em uma ação de reintegração de posse proposta contra a família de Castelli, na qual coube a ele pagar aos advogados, a título de honorários, o valor de R$ 4,6 milhões. Apurou-se que, inconformado com a condenação e por interesses patrimoniais, Castelli decidiu matar os advogados como forma de retaliação.

Para tanto, entrou em contato com Cosme Lompa, em busca de possíveis executores do delito. Um dos indicados foi Pedro Henrique Soares, com quem ajustou o modo de execução dos crimes e prestou auxílio antes e após os assassinatos, transportando os contratados e garantindo que se hospedassem em Goiânia.

Após a contratação, Hélica Ribeiro Gomes, namorada de Pedro Henrique, passou a interagir com Cosme Lompa, intermediando o valor da recompensa a ser paga pela empreitada criminosa. Posteriormente, Pedro Henrique contratou Jaberson Gomes (já falecido) para lhe auxiliar na execução dos crimes.

Apurou-se ainda que Nei Castelli prometeu pagar a Pedro Henrique e a Jaberson Gomes o valor de R$ 100 mil, caso saíssem impunes, ou R$ 500 mil, caso fossem presos em decorrência da empreitada criminosa. Para ter acesso às vítimas, Pedro Henrique e Jaberson Gomes agendaram uma reunião com o advogado Marcus Chaves, utilizando um nome falso.

Ao chegarem ao escritório e tendo sido levados à sala de reunião, renderam Marcus Chaves que, sob a mira de revólveres, foi obrigado a chamar Frank Alessandro para o local. Visando despistar a real motivação dos crimes, Pedro Henrique perguntou onde estava o dinheiro, ocasião em que Marcus lhe entregou a quantia de R$ 2 mil, na esperança de que fossem embora. No entanto, Pedro Henrique disparou uma vez contra Frank Alessandro e três vezes contra Marcus Aprigio Chaves, que morreram no local.