FRONTEIRA

Comerciantes cobram convergência em medidas restritivas de Goiânia e Aparecida

Aparecida de Goiânia adota o escalonamento por macrorregiões a partir desta segunda-feira (15) e Goiânia…

Região de Fronteira entre Goiânia e Aparecida (Foto: Arquivo pessoal)
Região de Fronteira entre Goiânia e Aparecida (Foto: Arquivo pessoal)

Aparecida de Goiânia adota o escalonamento por macrorregiões a partir desta segunda-feira (15) e Goiânia mantém as restrições de fechamento de atividades não essenciais por decreto. Representantes de entidades comerciais e industriais cobram alinhamento do prefeito da capital Rogério Cruz e de Gustavo Mendanha. Comerciantes da região de fronteira entre as duas cidades afirmam que desalinhamento de medidas restritivas gera aglomerações.

Pela Portaria publicada pela prefeitura de Aparecida de Goiânia, o município está no cenário laranja e as atividades comerciais, incluindo supermercados e similares, ficam fechadas por dois dias da semana em cada macrorregião. Proprietário de um açougue na Avenida Bela Vista, no bairro Parque Trindade, em Aparecida, Vítor Pignataro declara que o desalinhamento das medidas restritivas das duas prefeituras contribuem para gerar aglomerações em comércios de fronteira entre as duas cidades.

De um lado da Avenida Bela Vista fica o Parque Trindade, bairro de Aparecida. Ao atravessar a rua, já estamos no Parque Atheneu e Jardim Mariliza, em Goiânia. “Quando há o fechamento só em Aparecida, o único supermercado ao longo da avenida em funcionamento, fica do outro lado da via, em Goiânia. Fechar de um lado e abrir do outro não resolve. Tem que haver alinhamento dos prefeitos”, defende Vítor.

O empresário ainda diz que há seis estabelecimentos do segmento de gênero alimentício, vizinhos ao seu, do lado de Aparecida. No entanto, há apenas um supermercado do outro lado da avenida, em Goiânia. “Se de um lado fecha tudo, é claro que as pessoas vão se aglomerar no único comércio que existe do outro lado da rua, na capital”, declara Vítor.

Ele ainda relata que presenciou a situação de aglomerações em Goiânia quando houve desalinhamento na adoção de medidas restritivas entre Goiânia e o Aparecida, que adotou o escalonamento em 2020.

Atividades não essenciais

A pressão feita pelos setores comerciais e industriais para adoção do regime de escalonamento em Aparecida de Goiânia se deve à permissão de abertura de atividades comerciais que não eram consideradas essenciais pela última Portaria. Ou seja, lojas ferragistas, oficinas mecânicas, e outros comércios do terceiro setor podem funcionar no regime de escalonamento de Aparecida de Goiânia.

Outro supermercadista do bairro Parque Trindade, em Aparecida de Goiânia, Luan Lucas diz que a abertura desse tipo de comércio em Aparecida de Goiânia faz com que a população da Capital migre para Aparecida em busca de atividades que permanecem fechadas na Capital.

“A divergência entre as medidas adotadas pelos prefeitos gera aglomeração porque é uma ingenuidade pensar que a pessoa não vai acessar o comércio da cidade vizinha, quando é só atravessar a rua para acessar o que está fechado na capital”, esclarece Luan.

O supermercadista também defende que o fechamento do segmento alimentício por dois dias em macrorregiões de Aparecida também contribui para gerar aglomerações nos estabelecimentos. Luan Lucas faz um relato sobre sua experiência durante o regime de escalonamento em 2020. Ele diz que seu estabelecimento fica muito mais lotado nos dias da semana que pode funcionar.

“Hoje, a maior parte das pessoas não faz mais compras para o mês. Elas vão ao mercado para comprar o suficiente para duas ou três refeições. Quando há o fechamento, as pessoas se desesperam e vão em massa aos supermercados porque não vão conseguir comprar no dia que está fechado”. defende.