Cremego garante autonomia médica após polêmica das ‘consultas de 15 minutos’ em Goiânia
Medida "garante respaldo ético para que o médico atue com independência técnica, respeitando as necessidades clínicas de cada paciente"
Nova resolução do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) prevê que a definição do tempo necessário para cada atendimento médico cabe exclusivamente ao médico responsável. A medida, publicada em 19 de setembro no Diário Oficial da União, “garante respaldo ético para que o médico atue com independência técnica, respeitando as necessidades clínicas de cada paciente”, conforme a entidade.
Vale lembrar que, em março deste ano, a Secretaria de Saúde de Goiânia (SMS) enviou um termo instrutivo que sugere aos médicos da rede pública atender quatro pacientes por hora, resultando em uma média de 15 minutos para cada consulta. No mês passado, o Cremego realizou um fórum para debater a carga horária nos serviços de saúde e autonomia médica, onde reforçou que este tempo é uma base, mas não precisa ser seguido estritamente. Além disso, elaborou a minuta da resolução, à época.
Em nota, nesta segunda-feira (22), o presidente do Cremego, Rafael Martinez, disse que a nova norma é um marco importante para a categoria. “É com grande satisfação e um senso de dever cumprido que o Conselho entrega essa resolução aos médicos e à sociedade. Ela ampara a boa medicina e reforça a autonomia do profissional ao deixar claro que quem julga o tempo necessário para cada atendimento é o médico”, afirmou.
À época em que houve a reunião do Cremego, a SMS disse, em nota, que a proposta buscava garantir que os pacientes tivessem consultas ambulatoriais agendadas por horário para reduzir o tempo de espera e proporcionar maior conforto, já que eram atendidos por ordem de chegada e precisavam aguardar por mais tempo. Além disso, afirmou que a medida não seria adotada nas unidades de urgência e emergência. “A SMS ressalta que a medida não interfere no tempo médio de atendimento de cada consulta, que é definido exclusivamente por cada profissional, e garante maior controle das agendas, que antes ficavam subaproveitadas, com horários ociosos, sem pacientes agendados”, informou naquele momento.