Estelionato na web

Criminosos se passam por funcionários da Anatel e aplicam golpes pelo WhattsApp, em Goiânia

Um novo golpe vem tirando o sossego dos usuários do WhatsApp em Goiânia. Os criminosos…

Um novo golpe vem tirando o sossego dos usuários do WhatsApp em Goiânia. Os criminosos se passam por funcionários da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), ligam para as pessoas e conseguem travar o aplicativo das vítimas e, se passando por elas, pedem dinheiro para os seus contatos alegando que o cartão foi bloqueado no momento que estava no caixa eletrônico.

Uma das vítimas foi Thais Sousa, de 25 anos. Ela conta que recebeu  diversas ligações de um número de prefixo 85, que é do Estado do Ceará, no início da tarde desta quarta-feira (4). O criminoso se identificou como funcionário da Anatel e alegou que iria realizar uma atualização do sistema de segurança do aplicativo de conversas.

“No momento eu fiquei meio desconfiada. Aí ele falou que iria mandar um código por mensagem de texto para o meu telefone e que era para eu passar esse número para ele. Quando eu fiz, ele me pediu para ficar com o celular 40 minutos desligado. Ao ligar o aparelho novamente, eu já não conseguia acessar o aplicativo”, relatou a jovem.

Número de origem do Ceará ligou para Thais Souza repetidas vezes | Imagem: Arquivo pessoal)

Segundo a jovem, o aplicativo e seu celular começaram a travar. Pouco tempo depois, ela recebeu prints em um aplicativo de fotos que constavam conversas dela com os seus contatos. Nas mensagens, os criminosos pediam dinheiro após ter uma transação negada pelo fato da senha ou da conta estar bloqueada.

“Ele queria ser tão convincente para os meus contatos que enviava fotos de telas de caixas eletrônicos ou aplicativos que mostravam  o problema. Ai ele fazia pedidos de valores altos como R$ 1,5 mil e R$ 2 mil. Após isso, eles enviava números de várias contas, em diversos bancos. Umas até com o CPF”, destaca.

Thais conta que seus amigos ficaram desconfiados da ação, mas que uma amiga realizou uma transferência no valor de R$ 100 para uma das contas. Ela conseguiu realizar o bloqueio do número junto com a operadora de celular e registrou Boletim de Ocorrências no 8° Distrito Policial, no Setor Pedro Ludovico.

Criminosos enviaram fotos de bloqueio na conta para extorquir as vítimas | Imagem: Arquivo pessoal

Mais vítimas 

Da mesma forma, os criminosos agiram com a estudante Júlia Rodrigues, de 21 anos. A jovem destaca que recebeu mais de 35 ligações dos bandidos e que, quando atendeu uma, teve a sua conta hackeada. Após um tempo, ela não conseguiu mais acessar o aplicativo.

“Meu celular travou e desliguei. Quando eu liguei o aparelho novamente, já aparecia uma senha que eles colocaram. Eu fui na minha operadora e consegui pedir o bloqueio do meu número e solicitei outro”, relata a estudante.

Júlia conta que logo após notar que teve o aplicativo dominado pelos bandidos, também recebeu diversas capturas de telas de amigos que mostravam a conversa dos criminosos com eles. Ela conta que, até o momento, nenhum dos contatos que ela conversou caiu no golpe.

Criminosos conversaram até com desconhecidos | Imagem: Arquivo Pessoal

“Muitos desconfiaram pelo jeito da escrita que eles utilizavam para falar com eles. Utilizavam muitos emojis, que eu não utilizo para conversar com os meus amigos. Ai muitos inventaram uma desculpa e me avisaram”, diz a jovem que registrou o caso no 5° DP da cidade, mas que o caso seria encaminhado à Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos (DERCC).

O Mais Goiás entrou em contato com as duas delegacias. No 8° DP fomos informados que não poderiam ser passadas mais informações sobre o caso. Já a DERCC destacou que ainda não foram informadas sobre as denúncias.

A equipe de reportagem também entrou em contato com a Anatel que, por meio de nota, informou que “desconhece e condena essa prática. Além disso, não realiza ligações para consumidores solicitando seus dados pessoais. No caso de consumidores que tiveram linhas bloqueadas ou informações vazadas, o consumidor deve, antes de tudo, entrar em contato com a própria prestadora e solicitar a correção do problema, lembrando-se, sempre, de anotar o número de protocolo do pedido”.