Defensoria de Goiás pede que se evite divulgação de imagens de crimes nas escolas
Conforme o texto, "a circulação constante de vídeos anunciando supostos ataques organizados que inevitavelmente causam pânico e insegurança nos meios sociais, inclusive nas crianças e influenciam no bom funcionamento das escolas"
A Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO) emitiu, nesta segunda (17), uma recomendação sobre o enfrentamento e prevenção à violência nas escolas. O documento pede que se evite “divulgar imagens, nomes e informações dos suspeitos e vítimas dos ataques para evitar o chamado efeito contágio”, bem como “informações de caráter mórbido”.
O documento é destinado às empresas de televisão e rádio, sites, blogs de notícias, jornais impressos, redes sociais (Discord, Twitter, TikTok, Telegram e WhatsApp), mas também órgãos públicos como as Secretarias Municipal e Estadual de Educação e clubes de tiro esportivo. O texto é assinado pelo defensor público-geral de Goiás em exercício, Allan Montoni Joos, e pela defensora pública Bruna Nascimento Xavier.
Conforme o texto, “a circulação constante de vídeos anunciando supostos ataques organizados que inevitavelmente causam pânico e insegurança nos meios sociais, inclusive nas crianças e influenciam no bom funcionamento das escolas”.
Assim, o texto também às pastas de Educação, municipal e estadual, que adotem providências para orientar seus profissionais e também coibir a divulgação de informações falsas e/ou vídeos dos ataques nas escolas, “bem como nos casos em que exista notícia de ameaça a comuniquem pelos meios oficiais disponibilizados pelas forças de segurança”.
Vale citar, segundo balanço da Polícia Civil, 51 menores foram autuados desde que começou uma operação integrada contra ameaças de atos violentos nas escolas, no último mês. Delegado-geral da corporação, André Ganga expõe que foram mais de 40 casos investigados no período. “Além dos menores, foram apreendidos materiais utilizados para incitar violência no ambiente escolar, tais como computadores, celulares e até armas de fogo”, pontua.
Casos em Goiás
Na última semana, um adolescente esfaqueou dois colegas dentro de uma escola Estadual, em Santa Tereza de Goiás. Ele teria planejado o ataque por aproximadamente dois anos, segundo a polícia. Além disso, ele também teria dito às autoridades que o atentado foi motivado por bullying constante.
Durante o ato, o jovem entrou armado na escola com uma machadinha, além de facas, estilete e bombas caseiras com o intuito de fazer o máximo de vítimas possíveis. Ele chegou a ferir três pessoas com uma faca, mas foi imobilizado pelo porteiro quando tentava ir ao auditório da escola, onde utilizaria as bombas.
Também na última semana, três menores, cujas idades não foram divulgadas, foram apreendidos como suspeitos de planejarem um ataque a um colégio de Rio Quente. De acordo com a Polícia Civil, materiais de apologia ao nazismo foram recolhidos na casa de um dos investigados.
Conforme expõe registro da corporação, um grupo usava as redes sociais para compartilhar publicações em apologia a crimes de massacres em escolas. Investigações revelaram que a comunidade digital estava sendo usada para planejar um ataque a um colégio de Rio Quente, onde dois dos adolescentes estudaram em 2022.
E vale citar, prefeituras da região metropolitana, como Goiânia, Senador Canedo e Aparecida, tomaram uma série de precauções após casos em Goiás e no País, como botão de pânico, videomonitoramento e mais. Da mesma forma, escolas também anunciaram conjuntos de medidas e protocolos para segurança em sala de aula e ambientes internos.