OPERAÇÃO VENDILHÕES

Defesa pede que padre Robson seja ouvido pelo Ministério Público

O padre Robson de Oliveira, investigado na Operação Vendilhões, ainda não foi ouvido pelo Ministério…

O MP disse, durante entrevista coletiva realizada nesta quinta-feira (8), que a defesa do padre Robson induziu a Justiça ao erro (Foto: Afipe/Divulgação)
Padre Robson de Oliveira (Foto: Facebook)

O padre Robson de Oliveira, investigado na Operação Vendilhões, ainda não foi ouvido pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO). A assessoria de comunicação do religioso deu a informação ao Mais Goiás, após ser questionada sobre a participação do padre Antônio Carlos de Oliveira, de 64 anos, como sócio em uma rádio de Goiânia. Esta informação é do G1.

Antônio Carlos, lotado como sacerdote no Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade, foi citado no processo do Ministério Público de Goiás (MP-GO), que investiga o padre Robson e a Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe) por desvio de dinheiro, como sócio de uma rádio em Goiânia. Ele teria recebido R$ 96 milhões da Afipe (Perpétuo Socorro) por meio de 37 transferências.

A assessoria de Robson informou, contudo, que não responde por padre Antônio. Em nota, além de negar irregularidades, a defesa informa que teve acesso ao inquérito próprio (PIC) apenas nesta semana. “Tão logo os advogados acessem todas as suposições do Ministério Público do Estado de Goiás, as informações necessárias serão prestadas e esclarecidas ponto a ponto.”

Ainda segundo a nota, o padre Robson é o maior interessado na verdade e na transparência. “A defesa aguarda e insiste com o Ministério Público para que ele seja ouvido, o que não aconteceu nem foi agendado até então.”

O Mais Goiás tentou contato com a Ordem Redentorista de Goiás e com a Congregação do Santíssimo Redentor, das quais o padre Antônio Carlos pertence, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto.

Operação Vendilhões

Destaca-se que a Operação Vendilhões investiga possíveis crimes de apropriação indébita, lavagem de capitais, organização criminosa, sonegação fiscal e falsidade ideológica praticados pelos dirigentes da Afipe (são três). O MP-GO apura desvios na ordem de R$ 120 milhões nas contas das associações.

O montante de repasses para as empresas de comunicação foram de R$ 456 milhões. Estes também são investigados, pois não teriam afinidade com o objetivo final da Afipe de evangelização.

Também foram citados, como sócios da mesma rádio, a ex-doméstica do Santuário Divino Pai Eterno (2011 a 2014) Celestina Celis Bueno (que deixou o quadro societário em 2016); e o advogado da associação, Anderson Reiner Fernandes.

O portal não conseguiu o telefone de Anderson Reiner. O espaço permanece aberto, caso haja interesse de manifestação. Ao G1, a advogada de Celestina, Cláudia Seixas, disse que não se manifestaria em respeito às investigações.

Defesa

Anteriormente, o advogado do padre Robson, Pedro Paulo Medeiros, afirmou ao portal que os funcionários da Afipe que são ou foram sócios de empresas de comunicação, como Celestina Celis Bueno e Anderson Reiner Fernandes, tinham ou têm os nomes no quadro societário por questão de regulamentação. Segundo ele, na prática as empresas pertencem a Afipe.

Ele garante que “nenhum valor de fiéis foi desviado”. “Os negócios foram feitos para a Afipe gerar lucro e continuar fazendo o que ela faz: são compras e vendas de ativos para a evangelização.”

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