Delegado suspeito de desviar dinheiro da educação em Rio Verde ficará em cela especial
Medida ocorre para resguardar a integridade física do investigado
A juíza Lívia Vaz da Silva, que manteve nesta sexta-feira (22) a prisão do delegado da Polícia Civil, Dannilo Ribeiro Proto, investigado por desviar dinheiro da educação em Rio Verde, determinou que ele fique em cela especial. “Considerando a profissão do custodiado, determino a expedição de ofício ao Diretor da Unidade Prisional na qual Dannilo Ribeiro Proto ficará recluso para que o custodiado seja colocado em cela especial, a fim de que seja resguardada sua integridade física.”
Ainda segundo a magistrada, como Dannilo possui depressão e hipertensão, e faz uso de medicamento, a unidade prisional deverá submetê-lo a exame médico para diagnóstico. “Igualmente seja franqueada a ingestão de todos os medicamentos necessários à manutenção de seu bem-estar físico e mental, conforme prescrição médica.” A determinação é que ele seja “imediatamente encaminhado à Casa de Prisão Provisória (CPP).
Ele foi detido na quinta-feira (21) durante uma operação do Ministério Público de Goiás (MPGO) e do Gaeco Sul, suspeito de liderar um esquema de fraude em licitações que teria desviado mais de R$ 2,2 milhões de recursos destinados a escolas em Rio Verde.
Segundo o MP-GO, Proto e a esposa, Karen de Souza Santos Proto, ex-coordenadora Regional de Educação de Rio Verde, são sócios do Instituto Delta Proto (IDP), que teria sido favorecido em contratos de reforma de escolas, impressão de material didático e até na realização de concurso público da Câmara de Rio Verde. Desde 2020, pelo menos 40 contratos sem licitação teriam sido fraudados para beneficiar a empresa envolvida no caso.
Na audiência de custódia, a defesa do delegado pediu que a prisão fosse substituída por medidas alternativas, alegando que ele não representaria risco à sociedade. O juiz, no entanto, manteve a prisão, destacando a gravidade dos crimes e o envolvimento de servidores públicos.
A operação cumpriu ainda 17 mandados de busca e apreensão em Rio Verde e Goiânia, bloqueou contas e apreendeu bens dos investigados para tentar ressarcir os cofres públicos.
Em nota, a Polícia Civil informou que continua colaborando com as investigações e que a Corregedoria acompanha possíveis irregularidades de servidores envolvidos. O caso ainda está sendo apurado, e novas diligências podem ocorrer conforme a investigação avança.
O Mais Goiás entrou em contato com a defesa e aguarda retorno.