LESÕES

Justiça manda DF indenizar aluna por acidente com pneu em escola pública

Criança precisou passar por cirurgia e ficar mais de 50 dias afastada

Justiça manda DF indenizar aluna por acidente com pneu em escola pública
Justiça manda DF indenizar aluna por acidente com pneu em escola pública (Foto: Pixabay)

O juiz Gustavo Fernandes Sales, da 3ª Vara da Fazenda Pública do Distrito Federal (DF), condenou o DF a indenizar uma estudante, à época com 9 anos, que sofreu graves lesões após um acidente com um pneu nas dependências do Centro Educacional Águas do Cerrado, em Planaltina (DF). A decisão é do último dia 15 de maio e cabe recurso.

Conforme o magistrado, “restou evidenciada a falta de cuidado na manutenção do ambiente escolar, a configurar falha no dever de proteção e segurança da aluna”. E ainda: “No presente caso, a negligência do Distrito Federal em não manter os objetos (pneus de caminhão) em local apropriado, resultando no acidente e no dano à autora, configura ato ilícito, ensejando o dever de indenizar, haja vista estarem presentes os requisitos para a configuração da responsabilidade civil estatal objetiva.”

Sobre o acidente, ele ocorreu em outubro de 2023, durante o recreio. Na ocasião, alunos brincavam em um espaço escolar onde estavam pneus de caminhão destinados à criação de um jardim na escola. Em determinado momento, um destes itens foi empurrado e caiu no pé direito da aluna, que teve traumatismo e fraturas múltiplas nos metatarsianos. Na peça, a mãe da vítima disse que houve negligência da escola por permitir o uso inadequado dos materiais, além de não oferecer suporte após o acidente. O DF, por sua vez, negou.

De volta ao juiz, ele afirmou que a Constituição Federal e o Código Civil preveem o dever específico da unidade de garantir a segurança e supervisão adequada dos alunos sob sua custódia. Ele, então, determinou a indenização por danos morais no valor de R$ 10 mil, uma vez que a menina precisou passar por cirurgia e ficar afastada das atividades por mais de 50 dias, devido a gravidade da lesão, sofrimento psicológico e físico.

Entre outras coisas, ele considerou provas como fotos da lesão, laudo médico e um áudio gravado pela mãe da aluna. Na conversa, a vice-diretora reconhecia a presença inadequada dos pneus no local das brincadeiras.

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