Homicídio

Disputa por liderança de quadrilha motivou dois assassinatos em Goiânia

A disputa pela liderança de uma perigosa quadrilha, segundo a polícia, foi o que motivou,…

A disputa pela liderança de uma perigosa quadrilha, segundo a polícia, foi o que motivou, em menos de um ano, o assassinato de dois homens, um deles, bastante conhecido em Goiânia. Até então sócio de uma das vítimas, Vinícius de Andrade Borges Teixeira, foi preso, junto com outras cinco pessoas, acusado de participar das duas execuções.

O empresário Alessandro Ribeiro Borges, de 43 anos, o “Alessandro JD”, que no final dos anos 90 era uma pessoa bastante conhecida em Goiânia por ser dono de uma loja de rodas no Setor Sol Nascente, e Vinícus de Andrade, segundo o que apurou a equipe da Delegacia de Investigações de Homicídios (DIH), montaram, em 2015, uma organização criminosa que tinha pelo menos 12 integrantes, e que praticava delitos que começavam com o furto de veículos, e terminava com a lavagem de dinheiro.

“Primeiro eles furtavam carros geralmente de locadoras de outros estados, alteravam a numeração do chassi e a documentação destes veículos, e posteriormente os trocavam, no Estado do Pará, por carregamentos ilegais de madeiras. Assim que a carga recebia uma documentação falsa, como se fosse legal, era vendida aqui em Goiás. A partir de então, os criminosos usavam o dinheiro para comprar carros e imóveis de luxo”, relatou o delegado Danilo Proto, adjunto da DIH.

No meio do ano passado, ainda segundo o delegado, Vinícius, visando ter lucros ainda maiores, resolveu que lideraria sozinho a quadrilha, e aproveitando-se também do fato de estar devendo uma quantia considerável para Alessandro, decidiu matá-lo. A execução foi praticada no início da tarde dia 25 de agosto no Jardim Europa por Marco Aurélio Borges, de 27 anos, que já fazia parte da quadrilha, e que no último dia 11 de janeiro também foi assassinado a tiros no Setor Moinho dos Ventos, em Goiânia.

“Nós descobrimos que além de acompanhar o Marco Aurélio no assassinato do Alessandro, o Vinícius foi quem o matou, primeiro para que não fosse delatado, e também porque ele estaria exigido ter mais lucros com a atividade criminosa”, pontou Danilo Proto. Funcionária comissionada do Detran de Goiânia, Vanessa Rosa da Silva, que é esposa de Vinícius, foi presa suspeita de emprestar a conta para a movimentação financeira da quadrilha, e também de auxiliar na adulteração dos veículos furtados. Na casa deles, a polícia apreendeu uma pistola e munições.

Entre os seis presos durante a operação que começou a ser desencadeada ontem (30), há outra mulher, também comissionada do Estado, que prestava serviço como escrivã, no 20º Distrito Policial de Goiânia. Um delegado aposentado, e um escrivão que ainda está na ativa, ambos da Polícia Civil de Goiás, foram conduzidos de forma coercitiva para prestar depoimento. Segundo as investigações, após terem acesso a algumas ocorrências envolvendo a quadrilha, os dois policiais estariam ameaçando testemunhas. Os nomes deles não foram divulgados.

Outras quatro pessoas que tiveram as prisões solicitadas ainda não foram localizadas. Todos responderão por associação criminosa, furto, falsificação de documentos, e adulteração de documentos públicos. Vinícius, a esposa e pelo menos mais dois integrantes do bando também responderão por assassinato.

Marco Aurélio, que assassinado em janeiro, era genro da auxiliar de enfermagem Deise Faria Ferreira, que desapareceu em julho de 2015, depois de participar de um ritual de Santo Daime em uma chácara, em Goiânia.