Greve dos caminhoneiros

Distribuição de gás de cozinha deve ser normalizada na próxima semana em Goiás

Desde o início da paralisação dos caminhoneiros, Goiânia tem enfrentando problemas por conta do desabastecimento…

Desde o início da paralisação dos caminhoneiros, Goiânia tem enfrentando problemas por conta do desabastecimento de gás de cozinha. De acordo com o presidente do Sindicato das Empresas Revendedoras de Gás da Região Centro Oeste (Sinergás), Zenildo Dias, em Goiás existem 3,5 mil distribuidoras de gás e todas elas estão fechadas devido a falta do produto.

Zenildo conta que, mesmo após as desbloqueios das rodovias, as carretas com o gás demoram a chegar em Goiás devido à distancia. Ele afirma que a previsão é que o comércio normalize apenas na quinta-feira (5).

“O Gás sai de Paulínia, no interior de São Paulo, a cerca de 1.200 quilômetros de Goiânia. Chegando aqui, o produto vai para as engarrafadoras, onde são armazenados nos botijões, e posteriormente é entregue nas distribuidoras para que possa ser vendido para a população”, explica o presidente do Sinergás.

Reflexo no Comércio

Zenildo, que também é dono de uma distribuidora de gás, conta que vende em média 40 botijões por dia, que convertendo em dinheiro chega a um faturamento diário de R$900. Sem o abastecimento o presidente do Sinergas se preocupa com as contas e com o pagamento dos funcionários e espera que a situação se normalize o mais rápido possível.

Em uma panificadora do Setor Nova Suíça, a produção de alimentos teve que ser alterada devido a demora na entrega de gás. Segundo Fausto Carvalho, que trabalha na administração, o estabelecimento começou a utilizar apenas um forno e passou a assar os pães de uma vez só.

Outra panificadora que fica no Setor Sul está sem o abastecimento de gás desde a última sexta-feira (25). Gabriela Rocha, que é responsável pelas compras do estabebelecimento, disse que a produção caiu, já que agora os produtos são produzidos apenas no forno elétrico. Segundo a funcionária, a previsão é que a entrega seria normalizada hoje, mas soube que a prioridade são hospitais.

O presidente do Sindicato dos Bares e Restaurantes de Goiânia (Sindibares), Newton Emerson, explica que o comércio de bares e restaurantes conta com três tipos de gases, do tipo residencial, o gás P-45 e o gás a granel, que é o botijão maior. Ele esclarece que a maioria dos comércios que estão fechados são aqueles que trabalham com o gás do tipo residencial, que é o mais afetado com a paralisação até o momento.

Reflexo nos hospitais

Por meio de sua assessoria de imprensa, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que os hospitais da rede estadual não sofreram com desabastecimento de gás de cozinha e as refeições continuaram sendo oferecidas normalmente para os pacientes internados. Contudo, a greve dos caminhoneiros afetou os estoques das unidades de saúde.

A pasta informou que o Hospital Estadual de Urgências de Trindade Walda Ferreira dos Santos (Hutrin) foi a única unidade de saúde do estado que cancelou cirurgias eletivas. Além disso, o Hospital Estadual de Urgências de Goiânia Dr. Valdemiro Cruz (Hugo) e o Hospital Estadual Geral de Goiânia Dr. Alberto Rassi (HGG) registraram falta de soro fisiológico e insumos básicos, mas a secretaria realizou um remanejamento com outros hospitais e garantiu o abastecimento.

A Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) informou que nenhum hospital particular comunicou grandes problemas relativos a desabastecimento de insumos ou à preparação de alimentos por falta de gás de cozinha.

A SES disponibilizou em seu site um formulário de controle para que todas as instituições de saúde particulares ou públicas comuniquem à pasta os casos de desabastecimento. Todas essas informações são enviadas ao Comitê de Gerenciamento de Crise (do Governo do Estado de Goiás) que busca auxiliar os estabelecimentos.