SERIAL KILLER

Exclusivo: documento revela presença de Rildo na fábrica horas antes da tragédia em Rio Verde

Lista de transporte mostra Rildo e ‘Maranhão’ no mesmo veículo rumo à fábrica de fertilizantes

Imagem da rota feita pelos dois no dia do crime
Documentos indicam que os dois já se conheciam e eram vizinhos em Rio Verde (Foto: cedida ao Mais Goiás)

Um registro da empresa responsável pelo transporte de trabalhadores rurais em Rio Verde aponta que, no dia 9 de julho, às 5h50, Rildo Soares, de 33 anos, investigado como suposto serial killer, e Jorge Souza, 34, conhecido como “Maranhão”, embarcaram no mesmo veículo com destino à fábrica de fertilizantes. O controle das rotas, feito por meio de mensagens em aplicativo, confirma que os dois estavam na lista de passageiros justamente no dia em que um incêndio causou a morte de “Maranhão”.

Segundo documento obtido com exclusividade pela reportagem, Rildo, que começaria a trabalhar na empresa naquele dia, estava na esquina da Rua Bahia com a Avenida 75, enquanto Jorge, funcionário antigo, aguardava em uma padaria na Avenida 77, a menos de dois minutos de distância.

Para o delegado Adelson Candeo, a inclusão dos dois nomes na mesma lista reforça a proximidade entre o suposto serial killer e a vítima. Além de serem vizinhos, Rildo guardava o número de telefone de Jorge em sua lista de contatos, o que confirma que já se conheciam e tinham trabalhado juntos. Não foram informadas quais seriam as motivações do suspeito, que ainda estão sendo apuradas.

“Ele esteve lá justamente no dia da tragédia. Foi o primeiro e único dia de trabalho dele. Fez vídeos, mandou para a esposa e nunca mais voltou. Coincidência ou não, é algo que precisa ser investigado com muita atenção”, disse Candeo. Caso seja confirmado que o incêndio foi provocado pelo suspeito, Jorge terá sido a 11ª vítima de Rildo somente nos sete primeiros meses de 2025 em Goiás. Outros seis crimes são atribuídos a ele na Bahia.

Vídeos publicados no perfil pessoal de Jorge mostram ele e os colegas, dias antes, no mesmo local onde estavam no momento do incêndio. Ele brinca com os outros colaboradores e chega a fazer outros vídeos em dias anteriores sobre o telhado da cooperativa.

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imagem da vítima e do suspeito
Jorge Souza pode ter sido outra vítima de Rildo Soares (Foto: reprodução / PCGO)

Como foi o incêndio

O incêndio que teria provocado a morte de Jorge, o ‘Maranhão’, funcionário da fábrica de fertilizantes, começou por volta das 17h30 em um dos elevadores industriais da unidade, estrutura localizada em área elevada e de difícil acesso. As chamas se espalharam rapidamente e comprometeram a segurança da construção.

A vítima pulou de aproximadamente 25 a 30 metros ao tentar escapar das chamas. Ele foi encontrado já sem vida na base da estrutura, com ferimentos causados pela queda, pelo calor e pela fumaça intensa. O resgate do corpo só foi possível após a contenção parcial do fogo e a estabilização da área.

Imagem do dia do incêndio
Chamas atingiram elevador industrial da fábrica (Divulgação CBMGO)

Apoio e investigação

O Corpo de Bombeiros Militar de Goiás foi acionado e se deparou com uma situação crítica, marcada pelo risco de colapso da estrutura. A retirada do corpo só foi possível após o controle parcial das chamas e a estabilização da área, realizada com apoio de guindaste e técnicas de resgate em altura

A Polícia Técnico-Científica realizou perícia no local, mas as causas do incêndio ainda não foram esclarecidas. Em nota, a Comigo confirmou o incidente e informou que colabora com as autoridades para apuração dos fatos, além de prestar apoio à família da vítima.

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