CENÁRIO CRÍTICO

É cedo para falar em fim do pico da covid em Goiás, diz Secretaria de Saúde

Março foi, até aqui, o pior mês da pandemia em Goiás. Neste período, o estado…

O mês de março foi, até o momento, o pior mês da pandemia em Goiás. A Vigilância em Saúde do estado diz que é cedo para falar em fim do pico. (Foto: Jucimar de Sousa/Mais Goiás)
(Foto: Jucimar de Sousa/Mais Goiás)

Março foi, até aqui, o pior mês da pandemia em Goiás. Neste período, o estado chegou a registrar em média 117 mortes causadas pelo coronavírus por dia, além de ter mais de 100% de ocupação de UTIs para o tratamento da doença na rede pública e privada. A Vigilância em Saúde Estadual afirma que ainda não é possível falar que o pico da covid-19 chegou ao fim e alerta para a necessidade de cumprimento de protocolos sanitários.

Ao Mais Goiás, a superintendente em Vigilância em Saúde, da Secretaria da Saúde (SES-GO), Flúvia Amorim, explica que as notificações de novos casos e óbitos são feitas com atraso, e, por isso, é cedo para falar em estabilização e fim do período crítico no estado.

Segundo ela, a taxa de ocupação de UTIs ainda permanece alta, mas tem registrado pequenas quedas. Atualmente, 94,61% dos leitos públicos específicos para o tratamento da Covid estão ocupados, mas o número já ultrapassou 100%. No caso das enfermarias, esse número é de 76,52%.

“Temos que esperar para saber como o vírus e suas variantes vão se comportar. Esperávamos que março fosse o pior momento, mas não podemos falar se o ponto mais crítico já passou”, disse Flúvia.

Pior mês da pandemia

De acordo com dados da SES, o mês de março superou o pico da 1ª onda, em agosto de 2020. À época, foram registrados 60 óbitos por dia. Em março de 2021, no entanto, este número foi quase o dobro, chegando a 117 mortes diárias.

Para a superintendente, os cuidados devem ser redobrados e os protocolos sanitários cumpridos. “Ainda teremos os resultados do feriado da Semana Santa, que, particularmente acredito que serão mais brandos do que o Carnaval. De qualquer modo, o período é de atenção, pois ainda estamos em um cenário crítico”, avaliou.

Goiânia

Assim como a redução da taxa de ocupação de UTIs registrada em Goiás, a capital Goiânia também tem vivido período de pequena redução. De acordo com o superintendente de vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Yves Mauro Terne, a ocupação atual é de 90,4% e 83% de leitos de UTIs e enfermaria, respectivamente. Os números já chegaram a quase 100%.

Segundo ele, apesar de cerca de 30% dos testes atuais darem positivo para a doença, o mês de abril não deve superar o pior período da pandemia, em março. “Iniciamos abril com grande pico da pandemia, mas não acreditamos em uma piora. Estamos tendo redução dos índices de internação por conta do fechamento das atividades econômicas por 30 dias. Os cuidados não podem ser deixados de lado agora”, comentou.

Em Goiânia, no dia 17 de março, houve o pico de óbitos desde o início da pandemia. De acordo com dados da SMS, a taxa de positividade de testes chegou a quase 40%, enquanto a ocupação de leitos ficou próxima a 100%.

“A gente entende que o comércio precisa dar uma respirada. Abril será o mês de fôlego, mas os empresários e a população em geral precisa ter consciência e seguir os decretos, restrições e protocolos sanitários. Precisamos reduzir a ocupação de leitos para 70% para flexibilizar outras atividades. Somente as ações do Poder Público são suficientes para conter a pandemia, precisamos do apoio e contribuição das pessoas”, concluiu.