‘Educação e inovação caminham juntas’, diz professora goiana que será homenageada por projeto na COP30
Nature Cap ajuda a reflorestar biomas com o uso de drones
A professora da Escola do Futuro de Goiás (EFG) Raul Brandão, em Mineiros, Karine Lopes Ten Caten, segue para a 30ª Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém (PA), na sexta-feira (14). Na ocasião, ela será homenageada por seu projeto, a startup Nature Cap, que ajuda a reflorestar biomas com o uso de drones. Ao Mais Goiás, ela falou um pouco da tecnologia e também da importância da COP30. “Acredito profundamente que a educação e a inovação caminham juntas”, declarou.
Karine é pesquisadora na área de inovação e sustentabilidade ambiental, além de fundadora da startup NatureCap – Cápsulas Biodegradáveis para Restauração Florestal. Na COP30, além da premiação, ela participa de eventos oficiais da Conferência.
“Na COP30, terei a honra de receber o Troféu Destaque ‘Rede Mulher Florestal’, que reconhece mulheres que lideram iniciativas de impacto ambiental e social. Além da homenagem, estarei apresentando o projeto NatureCap no Espaço Agrizone da Embrapa Amazônia Oriental, compartilhando nossa experiência em bioinovação para restauração florestal com outros pesquisadores, empreendedores e representantes de governos e empresas”, destaca.
Segundo ela, a expectativa é imensa para a COP30. “Será um marco histórico para o Brasil e para a agenda climática mundial. Participar desse evento é uma oportunidade de dar visibilidade à ciência e à inovação brasileira, mostrando que soluções sustentáveis podem nascer em escolas, universidades e startups regionais. Espero que esse momento fortaleça novas parcerias internacionais e estimule o investimento em tecnologias verdes que regenerem o planeta.”
NatureCap
Karine dá mais detalhes sobre a NatureCap. Segundo ela, trata-se de uma startup que desenvolve cápsulas biodegradáveis para reflorestamento aéreo com drones, feitas a partir de resíduos como cartelas de ovos e amido. “Essas cápsulas protegem as sementes da dessecação e da predação, mantendo a umidade até o momento ideal de germinação.”
Segundo a pesquisadora, após lançadas por drones (pode ser adaptar para avião), elas se decompõem naturalmente no solo e liberam as sementes e promovem a regeneração da vegetação nativa. O projeto, que nasceu da pesquisa de doutorado da professora na Universidade Federal de Jataí, hoje evoluiu como uma solução prática, ecológica e de baixo custo para restaurar biomas degradados, explica.
Prática
A docente explica que o projeto já foi aplicado em áreas de cerrado e mata atlântica em parceria com universidades e fazendas para testes de germinação e monitoramento via drone. Atualmente, a proposta está em fase de expansão e validação comercial. O objetivo, ela expõe, é ampliar o uso da tecnologia em larga escala por meio de parcerias com órgãos públicos e empresas do setor florestal.
Ela reforça, inclusive, que a tecnologia serve para todos os biomas. “É adaptável a diferentes biomas. O cerrado, em especial, é uma das maiores inspirações do projeto, por ser o bioma onde iniciei meus estudos e por abrigar uma biodiversidade riquíssima e ameaçada. Desenvolvemos misturas específicas de sementes para cada bioma, respeitando suas condições climáticas e ecológicas, o que torna o reflorestamento mais eficiente e resiliente.”
“O objetivo da NatureCap é restaurar ecossistemas degradados com agilidade, baixo custo e impacto positivo, utilizando a tecnologia a favor da natureza. O reflorestamento é uma das estratégias mais eficazes para mitigar os efeitos da crise climática, pois aumenta o sequestro de carbono, melhora o ciclo hídrico e restaura a biodiversidade”, completa. Para Karine, em um cenário de aquecimento global acima de 2 °C, projetos como esse se tornam essenciais para equilibrar os sistemas ecológicos e garantir um futuro habitável para as próximas gerações.
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