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Em aula, professora de Goiás culpa mulheres por estupros: “Por que provocar os homens?”

Uma aula remota com alunos do 8º ano de um colégio adventista localizado no município…

Uma aula remota com alunos do 8º ano de um colégio adventista localizado no município de Planalmira, no interior de Goiás, realizada na última quarta-feira (4), causou indignação de familiares de estudantes e internautas. Na aula, feita por videoconferência, uma professora do Instituto Adventista Brasil Central (IABC), diz aos alunos que “em muitas das vezes, a mulher é culpada pelo estupro” e que, por homens terem testosterona, as mulheres não devem provocá-los vestindo shorts curtos.

O assunto surge quando um aluno comenta sobre o polêmico caso do estupro de Mari Ferrer. Ao entrar na discussão, a professora questiona o porquê de mulheres vestirem roupas para “provocar os coitadinhos dos homens”. A mulher ainda justifica uma situação de assédio dizendo que, se o homem segue uma mulher que está com roupa curta, é por conta dos hormônios masculinos.

“Acho que os meninos vão concordar com isso: muitas vezes, a mulher é realmente culpada de um estrupo [sic], de alguma coisa nesse sentido. Por que a mulher tem que ficar provocando os coitadinhos dos homens? […] Tudo bem, você pode colocar um shortinho, um biquíni na praia, agora você vai andar pelada na praia, chamando atenção dos homens? Se o homem olha, você ainda vai falar ‘ele é um tarado’. Lógico, ele é homem! Ele tem testosterona!”, diz a professora na aula.

Ainda segundo a mulher, “quando um homem fica sexualmente assim, com vontade, ele tem tesão só de olhar a perna da mulher“. “Depois o homem olha, o homem segue uma mulher dessa, e depois ela ainda joga na cara dele que ele é tarado. Por que ela não se vestiu decentemente?”, finaliza.

Veja o vídeos:

Repercussão e posição da escola

Ao Mais Goiás, a digital influencer goiana Thaynara Morais revela que recebeu os vídeos da mãe de um aluno que teria ficado indignada diante das afirmações da professora de seu filho. A influencer , que tem uma irmã, de 7 anos, e um irmão, de 8, que estudam no IABC, conta que decidiu compartilhar o material nas redes sociais devido ao conteúdo, considerado por ela, revoltante.

“Eu, como tenho uma irmã e um irmão que estudam lá, eu fiquei muito revoltada com a situação e, na hora, meu impulso foi publicar”, diz.

Em uma nota divulgada hoje, quinta-feira (5), o IABC afirmou que “não compactua com qualquer opinião de cunho pessoal de seus funcionários que atribua à vítima por ação criminosa”. Ainda na nota, a escola diz reforçar que “todo ato de violência física, verbal e/ou sexual deve ser punido nos termos da legislação brasileira”.

Por fim, a instituição afirma que lamenta o ocorrido e informa que a professora foi afastada de suas funções.