Empresários aderem ao escalonamento de Aparecida, mas querem menos restrições
Restaurantes não podem funcionar em modelo delivery no dia do fechamento de macrozona
Representantes de empresários de Aparecida de Goiânia apoiam a decisão do prefeito em manter o isolamento social por escalonamento de atividades comerciais no município. Apesar de nota afirmando 98% de adesão da classe à Portaria Municipal, representante de comerciantes e industriais da cidade diz que novas demandas de flexibilização serão levadas ao Comitê de Prevenção e Enfrentamento de Covid-19 do município (COE).
O presidente da Associação Comercial e Industrial de Aparecida de Goiânia (Aciag), Leopoldo Moreira Neto, afirmou que novas demandas de alguns empresários vão ser levadas à próxima reunião do COE na próxima semana. Ele cita a flexibilização para que restaurantes possam manter a modalidade delivery, mesmo durante o fechamento da macrozona onde o estabelecimento está localizado.
O presidente da Aciag reitera que a maioria esmagadora dos empresários de Aparecida apoiam a decisão da Administração Municipal. “O escalonamento é inteligente e prova que já deu certo. Então, 98% da classe apoia a decisão de escalonamento do COE”, afirmou.
Além de destacar a adesão de 98% de empresários ao regime de escalonamento decretado pela prefeitura, a nota assinada pela Aciag informa que a classe empresarial do município opta pelo modelo de escalonamento regional, que se mostrou eficaz em Aparecida de Goiânia durante a primeira onda da pandemia e que se mostrou eficaz durante uma experiência em Israel.
Além da Aciag, mais de 10 entidades ligadas ao comércio, indústria e turismo do estado de Goiás de Aparecida assinam a nota.
Supermercados
O proprietário de um supermercado em Aparecida foi à Justiça para pedir o direito de funcionamento nos dois dias em que deveria se manter fechado, segundo a Portaria Municipal. No entanto, em cumprimento ao regime de escalonamento do comércio, o pedido de liminar foi negado nesta sexta-feira (19) pela Vara da Fazenda Pública de Aparecida.
Dono de um supermercado localizado no bairro Parque Trindade, Luan Lucas, declara que deve haver uniformidade nas medidas de isolamento social para combater à Covid-19 na Região Metropolitana de Goiânia. “Não adianta abrir de um lado e fechar do outro lado da rua, na capital”, declara. Ele diz que o prefeito de Aparecida e o governador de Goiás devem se reunir e entrar em um acordo.
Além disso, Luan afirma que os supermercados deveriam se manter abertos durante o fechamento das macrozonas por ser considerado um comércio essencial. “O pessoal fica desesperado quando sabe que no outro dia vai fechar. Lota o supermercado, provoca aglomeração e desgasta mais os funcionários”, pontua.
Restaurantes
De acordo com a Portaria Municipal, os restaurantes devem se manter fechados e também não podem fazer entrega no dia de suspensão de atividades da macrozona onde está localizado. O Mais Goiás conversou com proprietários de restaurantes que manifestaram maior interesse em adesão ao Decreto Estadual, que fecha as atividades por 14 dias, mas permite o funcionamento de restaurantes na modalidade delivery.
Proprietário de um restaurante, no bairro Parque São Jorge em Aparecida de Goiânia, Diego Cardoso, acredita que o regime de funcionamento do Decreto Estadual favorece mais à classe dos pequenos empresários donos de restaurantes. “Eu acho que para o nosso ramo, é melhor trabalhar direto. Pelo decreto da prefeitura, perco alguns dias de trabalho durante a semana”, relata.
No entanto, o empresário pondera sobre problemas que o Decreto Estadual poderia causar, quando impede que fornecedores de outros ramos funcionem. “Os pequenos restaurantes, como o meu, dependem de lojas de embalagens em atividade para manter o delivery. Isso só é possível no regime de escalonamento da prefeitura”, conclui.