Transporte

Empresas transferem para o Estado responsabilidade sobre extensões do Eixo Anhanguera

Em reunião na última semana as antigas empresas responsáveis pelo Eixo Anhanguera, transferiram para o Estado…

Em reunião na última semana as antigas empresas responsáveis pelo Eixo Anhanguera, transferiram para o Estado de Goiás a responsabilidade de definir quem assume as extensões do transporte para Trindade, Goianira e Senador Canedo. Para a Rápido Araguaia, Viação Reunidas e Cootego, não cabe a elas a definição, pois a prolongação foi estabelecida no governo anterior, de Marconi Perillo (PSDB).

A reunião aconteceu após a Metrobus, concessionária estatal que tem a concessão do Eixo em Goiânia, anunciar a redução do trecho de cobertura. O transporte deixará de atender as cidades de Senador Canedo, Goianira e Trindade. Com a mudança, a linha do eixo funciona apenas entre os terminais Padre Pelágio e Novo Mundo.

A justificativa dada pela empresa foi o aumento das despesas. Desde que o Eixo começou a atender os três municípios, em 2014, a linh aumentou a quantidade de viagens e quilômetros percorridos. Antes eram 13,8 km e depois passou para mais de 70 km, demandando 11.800 viagens mensais. Segundo a Metrobus, isso elevou “as despesas, especialmente com pessoal, combustível, peças e pneus”.

O pedido de redução do trecho de cobertura da Metrobus foi entregue à Companhia Metropolitana de Transportes Coletivo (CMTC) e a entidade respondeu que o fim das extensões deve ocorrer após acordo entre as empresas.

Para o presidente da Câmara Deliberativa de Transportes Coletivos (CDTC), Jânio Darrot (foto), a alteração é uma “tese absurda”. “Não creio que o governador Ronaldo Caiado (DEM) concorde com o presidente da Metrobus. O fim desse benefício afetará diretamente milhares de trabalhadores que dependem do sistema”.

Posicionamentos

Em nota, a RedeMob Consórcio, empresa que gerencia o transporte público da Grande Goiânia, esclareceu que “entende que a discussão sobre o fim das extensões do Eixo Anhanguera para Trindade, Goianira e Senador Canedo trata-se de uma questão política e, portanto, de competência do poder público“.

A nota conclui informando que a decisão que for tomada pelo Estado de Goiás e os municípios da região metropolitana será acatada. “Em relação à repartição de receitas, o RedeMob defende que o acordo operacional entre a Metrobus e as concessionárias seja interrompido imediatamente, ficando cada concessionária com a receita correspondente aos passageiros transportados“, lê-se.

Por meio de nota, a  Metrobus disse que o retorno à operação tradicional (somente no Eixo Anhanguera) será gradual, precedido de ampla divulgação, não trará prejuízos à população e permitirá a colocação de mais ônibus no Eixo, além de plataformas e Terminais mais confortáveis.

A população continuará pagando o mesmo valor e sendo atendidos pelas empresas que são as “donas” das linhas, conforme definido nos contratos de concessão. A decisão de não mais operar as extensões surgiu da necessidade de se equilibrar as contas da Companhia. Somente no ano passado foram 23 milhões de reais de aporte do Governo do Estado para garantir o custeio da empresa. Essa não é obrigação do acionista majoritário, por isso a necessidade de retorno à operação somente na linha que lhe foi concedida. A Metrobus apresentará à CMTC um cronograma para o retorno às operações originais. Com mais ônibus no corredor Novo Mundo – Padre Pelágio, a população terá ônibus passando num intervalo menor: dois em dois minutos“, lê-se na nota.