EDUCAÇÃO

Estudantes da UFG da Cidade de Goiás realizam protesto contra cortes na educação

Na última quinta-feira (3), estudantes da Universidade Federal de Goiás (UFG), da regional da Cidade…

Estudantes da UFG de Cidade de Goiás realizam protesto contra cortes na educação
Alunos da UFG da Cidade de Goiás relatam interrupção de energia na regional (Foto: Reprodução)

Na última quinta-feira (3), estudantes da Universidade Federal de Goiás (UFG), da regional da Cidade de Goiás, convocaram a população e foram às ruas em protesto aos impasses que a instituição vem sofrendo, principalmente com os cortes na educação. Em maio deste ano, o Ministério da Educação (MEC) bloqueou R$ 32 milhões em recursos que seriam utilizados para a manutenção da instituição.

Segundo um estudante, que preferiu não se identificar, no dia 25 de setembro a unidade passou por uma interrupção de energia em virtude da falta de pagamento. “Sabemos que o corte no orçamento afeta diretamente o pagamento de serviços terceirizados, como energia elétrica, água e limpeza. Estamos preocupados, são necessidades básicas para manutenção normativa da UFG“, diz.

Em assembleia no último dia 23, o reitor da UFG, Edward Madureira Brasil, afirmou que “não sabe quanto tempo a universidade irá sobreviver”. E que a situação da instituição “se agrava a cada minuto”. Soma-se a isso os cortes que a educação vinha sofrendo como, por exemplo, a PEC que congelou os investimentos por 20 anos.

“Em uma forma de protesto em prol da educação pública, fomos às ruas. Promovemos 48 horas de luta e paralisação na regional levando a aula para rua e mostrando no espaço das profissões da Cidade de Goiás, o que se produz na universidade. Convidamos toda população a somar na luta estudantil pela manutenção e permanência da UFG“, acrescenta o estudante.

Ele afirma que os alunos pretendem realizar uma assembleia na próxima semana com o reitor da UFG para discutir qual a real situação da universidade.

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Em maio, MEC bloqueou R$ 32 milhões da Universidade Federal de Goiás (UFG) (Foto: Reprodução)

Histórico da crise na UFG

Em maio deste ano em Goiânia, cerca de 25 mil pessoas manifestaram contra o corte de verba na educação. Só em Goiás, foram protestos em 40 municípios. No mês passado, estudantes da UFG ocuparam a reitoria da universidade para protestar por melhorias na instituição, reivindicando a normalização do pagamento de bolsas de extensão, monitoria e pesquisa. No último dia 2, instituições federais fizeram “aula na rua” no centro de Goiânia como forma de protesto e divulgação de atividades e pesquisas promovidas nas unidades de ensino.

Números

Atualmente, mais de 30 mil alunos estão matriculados em 156 cursos de graduação na UFG. São mais de 10 mil alunos na pós-graduação e mais de 700 alunos na educação básica. A universidade faz anualmente mais de 2 mil ações de extensão que contemplam mais de 500 mil pessoas além de publicar, anualmente, mais de 3 mil artigos nas principais revistas científicas do mundo.

Posicionamento do sindicato de professores da UFG

Por meio de nota, o Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg-Sindicato) informou que tem apoiado e participado de todas as manifestações populares em defesa da Educação pública, gratuita e de qualidade. Confira a nota na íntegra:

“Já foi mais do que analisado que a Emenda Constitucional 95 representa a inviabilização de qualquer política educacional até o fim 2026 (considerando os 20 anos de congelamento de investimentos), incluindo o próprio Plano Nacional de Educação (PNE). É notório a necessidade da revogação da EC 95, demonstrando preocupação com o financiamento e expressando a importância da ampliação de recursos para a Educação.

Desde maio deste ano as universidades federais têm sofrido com contingenciamento de verbas por parte do governo federal. A UFG demitiu funcionários terceirizados da limpeza e segurança. Atualmente, os docentes têm que ministrar suas aulas com racionamento do ar condicionado. O MEC anunciou no dia 30 de setembro o desbloqueio de R$ 1,990 bilhão, dos quais 58% (R$ 1,156 bilhão) destinado às universidades e institutos federais. Desse total, a UFG recebeu R$ 13.408.251, o que representa metade do recurso bloqueado desde o último mês de maio.

O valor descontingenciado pelo MEC é suficiente para o pagamento do equivalente a dois meses da atual dívida acumulada pela instituição, que é de R$ 21,3 milhões, referentes aos meses de junho, julho, agosto e setembro. A administração superior da UFG está empenhada em empregar esse recurso da maneira mais eficiente possível, sobretudo para o pagamento de serviços essenciais que se encontram em atraso, como energia, água e empresas prestadoras de serviço.

Além de participar de todas as mobilizações junto às centrais sindicais e aos estudantes. O presidente do Adufg-Sindicato, professor Flávio Alves da Silva, tem uma agenda permanente e ativa de compromissos em Brasília para sensibilizar os parlamentares sobre o desmonte que a Educação Pública brasileira vem enfrentando. O Sindicato ainda promove reuniões frequentes para organização estratégica e promoção de todas as greves e mobilizações”.