Ex-presidente do Sindicato Rural de Rio Verde é denunciado por crimes sexuais
Olávio Teles foi preso em 12 de novembro
O Ministério Público de Goiás (MPGO) denunciou o ex-presidente do Sindicato Rural de Rio Verde, Olávio Teles Fonseca, por crimes sexuais, violência psicológica e por coação contra funcionárias da instituição. De acordo com a denúncia, divulgada pela TV Anhanguera nesta quarta-feira (10), os abusos aconteciam dentro da sala da presidência, único espaço sem câmeras de segurança. O local tinha isolamento acústico e uma trava eletrônica controlada exclusivamente pelo investigado. As vítimas eram chamadas durante o expediente sob o argumento de tratar de assuntos administrativos, mas, dentro da sala, eram submetidas a comentários sobre seus corpos, toques sem consentimento e práticas libidinosas, segundo o MP.
Ainda de acordo com o órgão, após colegas começarem a desconfiar do que ocorria, o ex-presidente negou as acusações, chorou e interrompeu os abusos. Mesmo assim, a perseguição às vítimas aumentou. Em depoimentos, funcionárias relataram que Olávio afirmava ser rico e influente e dizia que nunca seria preso. Elas também contaram que ele chegou a declarar que poderia matar quem se voltasse contra ele.
O Ministério Público também denunciou Miguel Mendonça Cardoso, diretor de Tecnologia da Informação do sindicato. De acordo com a investigação, Miguel atuava para proteger Olávio e teria procurado vítimas para incentivá-las a negar os fatos e manter silêncio.
A Polícia Civil identificou inicialmente três vítimas, mas o número foi atualizado para quatro ao longo do trabalho da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher de Rio Verde.
Olávio Teles foi preso em 12 de novembro, na sede do sindicato. As investigações começaram em setembro, após denúncia anônima. Em nota, o Sindicato Rural de Rio Verde informou que o ex-presidente pediu afastamento voluntário e reforçou que não compactua com práticas que violem princípios éticos ou institucionais.
Defesa de Olávio
A defesa de Olávio afirmou que recebeu a denúncia com “absoluta tranquilidade” e que nenhuma das acusações será comprovada durante o processo judicial. Os advogados alegam que não há justificativa jurídica para a prisão preventiva, destacando que o cliente é primário, possui residência fixa e exerce atividade lícita. A defesa declarou ainda que não pode comentar o caso em detalhes devido ao segredo de justiça.
A defesa de Miguel Mendonça Cardoso não foi localizada até o fechamento desta reportagem. O espaço permanece aberto para manifestação.
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