Falso pai de santo é condenado por crime sexual praticado em terreiro de Goiânia
Abusos ocorreram entre 2017 e 2019
Um homem que se passava por pai de santo foi condenado a sete anos de prisão por violação sexual contra uma mulher que frequentava um terreiro, em Goiânia. A Justiça também determinou uma reparação por dano moral à vítima no valor de 20 salários mínimos. Os episódios de abuso ocorreram entre 2017 e 2019. À decisão cabe recurso.
De acordo com a pasta, a vítima e o suspeito se conheceram em uma universidade onde ele era professor. Em seguida, a mulher começou a frequentar o terreiro onde ele era pai de santo. Após o suposto pai de santo convencê-la a se consultar com uma entidade no local, a vítima recebeu orientações sobre como deveria ir vestida. Na primeira consulta ela sofreu violação sexual.
A mulher procurou a Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO) para atuar como assistente de acusação no caso. “Pelo fato de ser um crime que tiveram pouquíssimos casos, e ser ocorrido dentro uma religião que já sofre muita discriminação, na época da denúncia fui muito julgada por ter demorado tanto para denunciar”, disse a vítima.
Luiz Henrique Silva Almeida, titular da 4ª Defensoria Pública Especializada Criminal da Capital, destacou a importância da atuação da defensoria pública com a mulher durante a persecução penal. Almeida afirmou que assistente de acusação auxiliar deve fazer perguntas às testemunhas, requerer diligências, participar dos debates orais ou escritos.
Em depoimento, a vítima disse que foi tirado um ciclo de dor e sofrimento da vida dela. É um sentimento de que minha voz foi escutada, de que agora tudo acabou e a justiça foi feita. Sei que ele pode recorrer e até mudar esta sentença. Mas, quando li essa condenação já tive minha resposta que precisava pra julgar e finalizar tudo que vivi”.