VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Família acredita que pedagoga que sumiu com marido tenha sido sequestrada por ele

Familiares suspeitam que Fábia esteja sendo mantida em cativeiro ou que marido fez algo com ela

Condição do corpo dificulta saber como foi o crime, diz advogada da família de mulher desaparecida em Goianira
Advogada encontrou no computador de Fábia imagens de ferida de enforcamento (Foto: Arquivo Pessoal/Rosemere Oliveira)

A família da pedagoga Fábia Cristina Santos, que sumiu com o marido Wander José de Jesus, acredita que ela tenha sido sequestrada pelo companheiro. Segundo o sobrinho da mulher, Laercio Neto, a suspeita é que Fábia tenha sido vítima de violência doméstica. O casal foi visto pela última vez trafegando na GO-469, em Abadia de Goiás, no dia 9 de março.

Ao Mais Goiás, Laercio contou que os familiares suspeitam que a pedagoga esteja sendo mantida em cativeiro ou que Wander fez algo com ela. “Acreditamos que ela sempre sofreu violência doméstica, visto que ele tentou enforcar ela pouco tempo antes do desaparecimento com um fio. Foi o que nossa advogada conseguiu obter nas fotos do computador dela”.

A advogada Rosemere Oliveira encontrou imagens no computador de Fábia que mostram a pedagoga com ferimentos no pescoço de um possível enforcamento. O sobrinho ressaltou que acredita que a tia sempre tenha sido vítima do marido, mas que nunca teve coragem de terminar o relacionamento por medo de morrer ou de Wander fazer algo com a família dela.

Apesar dos esforços da Polícia Civil de Goiás (PCGO), Laercio contestou a investigação e disse que a polícia parece querer encerrar o caso. De acordo com o sobrinho, a família teme que as autoridades coloquem Fábia como cúmplice da troca de nome de Wander devido a um crime que ele cometeu em 1996.

Troca de nome

Wander José de Jesus na verdade se chama Douglas José de Jesus. O homem é réu por duplo homicídio praticado em Quirinópolis, na região sudoeste de Goiás, no ano de 1996. Conforme a PCGO, após cometer o crime, Douglas teria assumido a identidade do irmão mais novo e passou a se chamar Wander.

Em nota, a corporação informou que depois de cometer o crime, Wander e Fábia fugiram, sendo o paradeiro deles desconhecido por mais de um ano. O casal convive maritalmente há mais de 30 anos e têm dois filhos, de 16 e 28 anos. A PCGO ainda destacou que o andamento da investigação ocorre em sigilo.

Embora o casal tenha permanecido por anos juntos, Laercio disse que a família não desconfiava sobre a troca de nomes, nem mesmo os filhos do casal, que são afastados do pai por não terem um bom relacionamento. “Era algo bem reservado dele, eu mesmo conhecia o Wander apenas”.

No entanto, Wander teria mandado um áudio ameaçando a irmã de Fábia. Segundo a advogada da família, Wander disse que se fosse preso por agredir a esposa e se alguém descobrisse a troca de nomes ele mandaria matar a cunhada de dentro da própria cadeia.