Fazendo a Diferença: O dia a dia do Solar Colombino, abrigo que cuida de idosos e sobrevive com doações, em Goiânia
“Mais que um abrigo, o Solar é um lar onde a solidariedade mantém vivos os sonhos e a dignidade de 54 idosos.”
Fundado em 1970, o Solar Colombino Augusto de Bastos, no Parque Amazônia, em Goiânia, é muito mais que um abrigo: é um verdadeiro lar para 54 idosos que, em sua maioria, chegaram em situação de abandono ou vulnerabilidade. Lá, eles recebem, para além de carinho e companhia, atenção integral de médicos, nutricionistas, fisioterapeutas, cuidadores e voluntários, tudo para poderem viver com respeito, dignidade. As histórias de acolhimento que compõem o cotidiano de quem mora nesse ambiente agregador são tema do novo documentário ‘Onde Mora o Cuidado: histórias e vidas do Solar Colombino’, da série Fazendo a Diferença, produção do Portal Mais Goiás.
Uma das pessoas que dedica sua vida a essa missão é Márcia Aparecida Alves, que trabalha no abrigo há 30 anos. Ela revela que, quando chegou, não imaginava como aquela experiência mudaria sua forma de enxergar o mundo. “Aqui aprendi a amar o próximo e até a minha família de forma diferente. Não é só um trabalho, é parte de mim. Cada idoso tem uma história e conviver com eles pra mim é um presente [sic]”, diz, emocionada.
Márcia acompanha de perto a rotina: desde as refeições preparadas com acompanhamento nutricional até as atividades físicas e recreativas que estimulam corpo e mente. Ela explica que, para oferecer todo esse cuidado, o abrigo precisa de uma grande estrutura e isso só é possível graças às doações e ao trabalho de pessoas engajadas.
ASSISTA TAMBÉM
Fazendo a Diferença traz como inspiração a história de Tio Cleobaldo

O peso da solidariedade
Manter o abrigo exige muito. Todos os meses são consumidos cerca de 800 quilos de carne (26 quilos por dia), 1.080 litros de leite, 45 quilos de café, 210 quilos de arroz, além de grandes quantidades de produtos de limpeza: 150 quilos de sabão em pó, 150 litros de álcool e 780 unidades de papel higiênico.
Por isso, doações de alimentos, itens de higiene, fraldas e roupas são sempre bem-vindas. “A gente cuida de cada um como se fosse parte da família. Mas, para manter esse cuidado, contamos muito com a ajuda da comunidade”, reforça Márcia.
O bazar que transforma vidas
Além das doações, o abrigo se mantém com o bazar beneficente da instituição, aberto ao público de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Lá, é possível encontrar roupas para adultos e crianças, calçados, acessórios, bijuterias, eletrodomésticos e até itens de decoração, tudo a preços acessíveis. O valor arrecadado ajuda a custear parte das despesas do Solar.
Uma das responsáveis por esse trabalho é Márcia Antunes de Oliveira, que atua no serviço social e também no bazar. Para ela, essa missão não é apenas uma forma de ajudar ao próximo, mas de se transformar. “Aqui não é só sobre doar ou vender. É sobre se doar. A cada pessoa que entra no bazar, a cada peça vendida, sabemos que estamos garantindo mais um dia de cuidado para eles e isso também me ajuda como ser humano”, afirma.
Mais que um abrigo, um lar
No Solar, os idosos praticam atividades, conversam, recebem visitas e criam laços de amizade. Para muitos, é a primeira vez em anos que se sentem realmente acolhidos. “Aqui é muito bom de viver. Tenho amigos, faço crochê, pinto, brinco. Aqui a gente tem vida”, conta a senhora Lúcia Martins.
O abrigo é mantido pela Irradiação Espírita Cristã (IEC) e sobrevive graças ao empenho de funcionários, voluntários e à solidariedade de quem acredita na importância de cuidar de quem já cuidou de tantos.
Quem quiser ajudar, seja com doações, compras no bazar ou trabalho voluntário, pode entrar em contato pelo telefone (62) 3280-1031 ou visitar o local, que fica na Avenida Antônio Fidélis, número 800, Parque Amazônia, Goiânia.
MAIS DOCUMENTÁRIOS
Jovens que visita, hospitais de Goiânia vestidos de palhaço são tema do Fazendo a Diferença
Fazendo a Diferença conta trajetória de grupo que ajuda moradores da ocupação no Parque Santa Rita