RECLAMAÇÃO

Funcionários de terceirizada da Equatorial Goiás realizam motociata após 40 dias sem pagamento

A empresa e a concessionária afirmam que aguardam definição judicial para regularizar pagamentos e benefícios.

imagem do protesto
A empresa e a concessionária afirmam que aguardam definição judicial para regularizar pagamentos e benefícios (foto: reprodução)

Sem receber há 16 dias, trabalhadores ligados a uma empresa terceirizada da Equatorial Goiás realizaram uma manifestação em Morrinhos, na manhã desta terça-feira (16), para cobrar a regularização dos salários. Os funcionários são vinculados à empresa Dolp Engenharia e afirmam enfrentar dificuldades financeiras para manter despesas básicas. Um dos trabalhadores, que preferiu não se identificar, relatou que está há quase 40 dias sem receber desde que foi contratado. Segundo ele, as economias da família foram usadas principalmente para custear combustível e alimentação. “A gente gastou tudo que tinha para continuar trabalhando”, disse.

O funcionário explicou que, mesmo sem salário, os empregados precisam se deslocar diariamente até a base mais próxima apenas para registrar o ponto. Ele afirma sair de casa por volta das 6h e retornar somente às 17h. Nesta terça-feira, no entanto, não conseguiu sequer ir ao trabalho. “Hoje não consegui nem bater o ponto porque não tinha dinheiro para colocar combustível”, relatou, temendo que a falta seja registrada caso o supervisor não solicite justificativa ao setor de recursos humanos.

De acordo com o trabalhador, a situação é ainda mais difícil para colegas que também entraram recentemente na empresa e têm filhos pequenos, aluguel para pagar e outras contas fixas. Ele afirmou que muitos estão “de mãos e pés atados”, já que não podem buscar outra renda sem sofrer descontos ou cortes no ponto. “Não tem como fazer um bico, porque se faltar, desconta”, afirmou.

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O funcionário também demonstrou preocupação com possíveis cobranças futuras relacionadas a cursos e reciclagens feitos a pedido da empresa. Além disso, contou que cartões de crédito estão vencendo e que alguns trabalhadores precisaram recorrer a empréstimos. “Se o cartão vencer, o juro vem pesado”, disse.

Apesar das dificuldades, ele afirmou que a família tem conseguido se manter graças ao salário da esposa, que trabalha fora. “Ela consegue comprar o básico, mas em casa já está tudo bem escasso”, relatou.

Por fim, o trabalhador disse esperar que a situação seja resolvida nos próximos dias. Para ele, o diálogo é essencial. “As empresas precisam dos funcionários, e os funcionários precisam das empresas. Tem que ser um conjunto, não pode ficar do jeito que está”, concluiu.

Procurada, a Equatorial Goiás informou que participou de uma audiência de conciliação com a empresa DOLP e o sindicato da categoria, na segunda-feira (15), e que aguarda decisão judicial. A concessionária reforçou que mantém suas obrigações contratuais em dia e que adotou um plano de contingência para garantir a continuidade do fornecimento de energia elétrica.

O Mais Goiás tentou contato com a empresa terceirizada Dolp Engenharia, mas até o fechamento desta edição não obteve resposta.

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