Quase a rua toda

‘Gato’ em rede elétrica provoca apagões, queima transformadores e leva 10 à prisão em Trindade

Esquema de furto de energia funcionava havia meses, segundo a concessionária

Imagem da rua onde aconteciam os furtos
Operação teve início após denúncia de irregularidades feitas pela Equatorial (DIvulgação PCGO)

Dez pessoas foram presas em flagrante nesta terça-feira (25) após a descoberta de ligações clandestinas, conhecida como ‘gato’ em uma rua inteira de Trindade, que já levaram à queima de dois transformadores, provocaram uma sequência de apagões e colocaram moradores em risco de incêndios e acidentes elétricos. A operação foi batizada de Blackout e mobilizou a Polícia Civil, a Polícia Militar e a Equatorial Goiás.

A ação começou depois que técnicos da concessionária denunciaram à polícia que praticamente todas as casas de uma mesma via estavam ligadas diretamente à rede elétrica, sem passar por medição. As sobrecargas constantes já haviam danificado dois transformadores e deixado a região às escuras diversas vezes. Além do prejuízo ao sistema, o risco de um curto-circuito poderia provocar um incêndio de grandes proporções.

Ao chegarem ao local, os policiais confirmaram o furto de energia apontado pelos técnicos. Fios improvisados cruzavam postes, muros e telhados em uma instalação totalmente irregular. Segundo a Equatorial, tentativas anteriores de regularização haviam sido feitas, mas os moradores resistiram em interromper as ligações clandestinas.

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Imagem dos presos
Rua praticamente inteira furtava energia em Trindade (Divulgação: Equatorial Goiás)

Diante da recusa em regularizar o fornecimento e da comprovação do crime, o delegado responsável determinou a condução de todos os envolvidos à delegacia. Dez pessoas foram presas em flagrante por furto de energia elétrica. Para cada uma delas, foi arbitrada fiança no valor correspondente a um terço do salário mínimo.

Durante a operação, toda a rede clandestina foi desmontada. O fornecimento de energia das residências foi suspenso e só será restabelecido após cada proprietário formalizar a regularização junto à concessionária.

Em nota, a Equatorial Goiás reforçou que ações de fiscalização como essa são realizadas de forma contínua para reduzir perdas, garantir a segurança da população e proteger a estabilidade da rede. A empresa voltou a alertar que ligações clandestinas não apenas configuram crime, mas também colocam em risco a vida de quem mora no local e de toda a vizinhança.

Além disso, desde julho de 2025, com a sanção da Lei nº 15.181, as penas para crimes envolvendo furto de fios, cabos e equipamentos do sistema elétrico ficaram mais severas. Dependendo do caso, a punição pode chegar a oito anos de prisão, além de multa.

A Polícia Civil destacou que a operação foi conduzida dentro da legalidade e reforçou que o combate ao furto de energia é também uma forma de evitar tragédias silenciosas, que começam em fios clandestinos e podem terminar em incêndios, explosões e perdas irreparáveis.

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