Gêmeas siamesas nascidas em Manaus são transferidas para Goiânia
Bebês estão no Hecad, onde serão acompanhadas pelo cirurgião pediátrico Zacharias Calil

As gêmeas siamesas Yasmin Vitória e Eliza Vitória, que nasceram em 9 de abril na maternidade estadual Ana Braga, em Manaus (AM), foram transferidas para o Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad), em Goiânia, na quinta-feira (24). Na capital goiana, haverá a continuidade do tratamento após o acompanhamento inicial da equipe multidisciplinar amazonense.
Na UTI da unidade de saúde, Yasmin e Eliza chegaram a Goiânia com a mãe e a avó, além da equipe médica especializada nesse tipo de transferência. O Hecad, onde será realizada a cirurgia de separação, conta com o cirurgião pediátrico Zacharias Calil, que já fez o procedimento 22 vezes e tem mais de 25 anos de experiência. As duas passarão por avaliações nos próximos 30 dias e serão acompanhadas pelo médico.
“Nós efetivamos esse transporte aéreo, de forma organizada, na UTI aérea, para que as crianças cheguem com segurança ao estado de Goiás e ao hospital Hecad”, reforçou a secretária executiva adjunta de assistência da SES-AM, Mônica Melo, que acompanhou a transferência.
Sobre a mãe da criança, Elizandra da Costa é de Monte Alegre (PA) e optou, inicialmente, por ir para Manaus. Segundo a SES-AM, mais de 100 profissionais de diversas áreas, entre médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, reguladores, equipe técnica e de gestão, acompanharam o caso no Amazonas. As gêmeas siamesas nasceram 2,4 quilos.
Ao Mais Goiás, o Hecad disse que as gêmeas siamesas seguem internadas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica da unidade, sob os cuidados de uma equipe completa de médicos especializados, enfermeiros e equipe multiprofissional. “Atualmente, as pacientes apresentam quadro clínico estável e a previsão é de que, nos próximos dias, ganhem alta para a enfermaria.”
Em relação aos aos próximos passos, o hospital informa que as gêmeas passarão por reavaliações médicas e exames complementares para definição do prognóstico e planejamento do tratamento. Neste momento, ainda não há previsão para a realização da cirurgia de separação.
Caso incomum
Segundo Zacharias Calil, o caso das irmãs é incomum, pois elas são toracoonfalópagas. O médico explica que elas estão unidas na parte do tórax e abdome, e podem compartilhar algum órgão. A análise do caso ocorrerá por pediatras, cardiopediatras, radiologistas e toda a sua equipe e do Hecad. “Somente os exames nos darão as respostas sobre a possibilidade de separação, qual será o prazo para o ganho de pele das gêmeas e se elas têm condições de receber expansores de pele, e se haverá pele suficiente para a cirurgia”, explica o cirurgião.