MEDO

Goiânia: lutador de jiu-jitsu suspeito de abusos é solto e vítimas relatam desespero

Tiago é investigado por oito crimes cometidos contra ex-companheiras

Justiça revoga liminar que soltou lutador de jiu-jitsu suspeito de abusos em Goiânia
Justiça revoga liminar que soltou lutador de jiu-jitsu suspeito de abusos em Goiânia (Foto: Reprodução)

O lutador de jiu-jitsu Tiago Gomes de Oliveira, suspeito de estupro, foi solto na terça-feira (9). Ao saberem da notícia, as vítimas relataram desespero. O investigado de 41 anos é suspeito de agressão física, violência psicológica, ameaça, estupro e transmissão de infecções sexuais, em Goiânia.

Tiago foi preso durante um campeonato, no último domingo (7), mas conseguiu um habeas corpus e passou a responder o processo em liberdade. As vítimas do lutador de jiu-jitsu expressaram preocupação após a soltura do homem. “Ele falava comigo como se eu fosse presa dele.”

O pedido de habeas corpus foi solicitado pela defesa do suspeito e atendido pelo desembargador plantonista Adegmar José Ferreira. O magistrado entendeu que a prisão ocorreu de forma ilegal, uma vez que a audiência de custódia aconteceu “sem um parecer do Ministério Público de Goiás (MPGO)”. O MP, porém, contesta a informação.

Equívoco

De acordo com o Ministério Público, o Judiciário cometeu um equívoco ao dizer que não houve parecer do órgão. Em nota, afirma que participou da audiência de custódia e requereu a decretação da prisão cautelar do custodiado. A presença do representante do Ministério Público Renner Carvalho Pedroso consta em ata da audiência emitida pelo próprio Poder Judiciário (veja nota abaixo).

A decisão determina que o suspeito obedeça medidas como: comparecer a todos os atos judiciais que for intimado, informar ao juízo de origem qualquer mudança e atualização de endereço, informar e justificar atividades do dia a dia. Além disso, ele está proibido de se ausentar da comarca de origem.

Nota do Ministério Público de Goiás acerca da soltura do lutador de jiu-jítsu Tiago Gomes de Oliveira

“O Ministério Público de Goiás informa que participou da audiência de custódia do lutador de jiu-jítsu Thiago Gomes de Oliveira, por meio do promotor de Justiça Renner Carvalho Pedroso, tendo este requerido a decretação da prisão cautelar do custodiado, conforme consta no registro em áudio da audiência, juntado aos autos de número 5259615-27.2024.8.09.0051.

É, portanto, equivocada a informação de que a prisão, revogada pelo Poder Judiciário em segundo grau, tenha ocorrido sem a manifestação do Ministério Público.

Investigação

Ana Elisa Gomes, delegada responsável pelo caso, informou que o indivíduo é investigado por oito crimes cometidos contra as ex-companheiras. Uma das vítimas conseguiu uma medida protetiva contra ele após ser ameaçada de morte. Apesar disso, ainda sente medo com a soltura dele.

“São muitos crimes atribuídos a ele. Crimes de estupro de vulnerável, divulgação de imagens íntimas, crimes de contágio de doenças sexualmente transmissíveis, pois as vítimas alegam que ele sabia que estava doente e ainda assim se relacionava com elas”, disse a delegada.

De acordo com a Polícia Civil de Goiás (PCGO), três mulheres formalizaram a denúncia contra o lutador, mas ainda podem haver outras vítimas. O Mais Goiás não localizou a defesa de Tiago Gomes de Oliveira. O espaço está aberto.