Saúde

Goiânia tem sobrecarga “em todo sistema de saúde”, diz secretário

Diante do cenário, a Secretaria Municipal de Saúde está contratando profissionais em caráter emergencial

Goiânia tem sobrecarga
Diante do cenário, a Secretaria Municipal de Saúde está contratando profissionais em caráter emergencial (Foto: Jucimar de Sousa - Mais Goiás)

Goiânia vive uma sobrecarga em todo o sistema de saúde, tanto público quanto privado, neste final de ano. É o que afirma o secretário municipal de Saúde, Durval Pedroso, que informou que a alta demanda nos postos de Goiânia se deve principalmente ao aumento de casos de gripe e arboviroses, como dengue e chikungunya. Diante do cenário, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) está contratando profissionais em caráter emergencial e ampliando o atendimento para pacientes com síndromes gripais.

Conforme a SMS, mais de 9 mil casos prováveis de dengue foram registrados em Goiânia até a semana 51 deste ano – correspondente ao dia 15 de dezembro -, o que configura uma taxa de incidência de 592 casos por 100 mil habitantes. Quanto aos casos de chikungunya, a pasta confirma 80 até a semana 51.

No entanto, o município registrou uma alta exponencial dessas doenças nos últimos dias, somadas aos casos de Covid-19, cujas infecções já ultrapassam 233 mil até hoje em Goiânia, e de influenza. Os casos da nova variante da influenza A H3N2, a variante Darwin, é um dos alvos de preocupação: são 61 casos confirmados até hoje em Goiás, com 17 somente na capital.

“O que temos visto nos últimos dias é uma sobrecarga em todo sistema de saúde da capital. Seja na área privada, seja na área pública, a demanda por conta de casos gripais e quadros de arboviroses, no caso dengue e chikungunya, têm aumentado bastante. Esses tratamentos necessitam de medicação e hidratação, e essas pessoas precisam ficar um tempo maior nas unidades e fazer retornos frequentes”, disse o secretário Durval Pedroso.

Dengue é um dos fatores responsáveis por sobrecarga na saúde em Goiânia (Foto: Agência Brasil)

Goiânia reforça atendimento devido à sobrecarga no sistema de saúde

Diante do cenário preocupante da saúde na capital, a SMS informou que ampliou o atendimento dos pacientes com Síndrome Gripal, sintomas de dengue e Covid-19 em mais 76 unidades de saúde – além das 13 Unidades de Urgência -, sendo 54 Unidades de Saúde da Família (USF) e 22 Centros de Saúde.

A pasta informou ainda que, dentro do Plano de Contingência, está contratando trabalhadores da saúde em caráter emergencial para suprir a alta demanda em Goiânia. Segundo a SMS, 126 pessoas foram contratadas desde o dia 22 deste mês de dezembro.

“Também estão sendo criadas unidades referência para o atendimento de pacientes com dengue. Hoje, os Cais Campinas e Cândida de Moraes, já estão funcionando com a nova estratégia”, destacou a pasta.

Hospitais privados enfrentam lotação por causa de gripe e arboviroses

Conforme adiantado pelo secretário de Saúde de Goiânia, a sobrecarga não se restringe apenas ao setor público. Segundo a Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade (Ahpaceg-GO), a alta demanda ocorre nos prontos atendimentos e é atípica para o período de final de ano. Os índices de procura ultrapassam os registrados no mesmo período no primeiro ano de pandemia, em 2020.

A entidade informou que um dos hospitais associados, situado na região Sudoeste da capital, atendeu cerca de 350 pacientes no pronto atendimento somente na segunda-feira (27). Foram quase 100 atendimentos a mais do que o maior número diário já registrado na unidade de saúde.

Já em outro hospital associado, localizado no Setor Oeste, o aumento começou em outubro, com a transição de atendimentos para casos clínicos não Covid-19. Naquele mês, foi registrado um crescimento de 6% na demanda. Em novembro, esse percentual subiu para 10% e, em dezembro, já superou 20% de aumento.