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Goiânia vai contar com um Hub de Inovação a partir de setembro deste ano

Ainda que o crescimento econômico e industrial de Goiás se destaque no cenário nacional, o…

Ainda que o crescimento econômico e industrial de Goiás se destaque no cenário nacional, o Estado carece ainda de iniciativas expressivas que impulsionem seu desenvolvimento tecnológico e, consequentemente, promovam sua capacidade de inovação e competitividade. Em uma realidade em que cerca de 300 mil micro e pequenas empresas lutam por seu lugar ao sol, muitas, ainda que demonstrem grande potencial, acabam fechando suas portas sem conseguirem o apoio desejado do governo e de prefeituras.

Porém, se por um lado o poder público dá passos tímidos no suporte aos pequenos empresários que anseiam por demonstrar sua capacidade de inovação, cabe à própria iniciativa privada demonstrar sua capacidade de estímulo aos novos “players” do mercado. É nesse contexto que Goiânia deve receber, em 2020, o Parque Tecnológico de Goiânia, a ser implementado no bairro planejado Goiânia 2, no norte da capital.

Projetado pelas empresas Tropical Urbanismo e Incorporação e CMC/BCI, que formam o Instituto Gyntec, a iniciativa é ambiciosa e deve ser executada em quatro etapas, com potencial de gerar, no total, cerca de 20 mil empregos. Mas para que a ideia possa dar certo, é preciso que sejam feitos antes os investimentos que garantam um cenário propício para esse tipo de empreendimento.

Assim, antes da chegada do parque, a cidade vai receber do mesmo grupo, ainda em setembro deste ano, o Hub de Inovação Gyntec Ace Goiânia, também na região norte. A proposta é criar um espaço adequado para a interação entre empreendedores com ideias inovadoras e grande potencial de crescimento.

Marcos Bernardo Campos, diretor da CMC/BCI, explica que a ideia da criação do Hub partiu da empresa de consultoria Ace, antiga Aceleratech, especializada em “acelerar” o crescimento de startups. “A conclusão deles foi que, como já houve outras tentativas de parques tecnológicos no Estado que não vingaram, o melhor seria começar pelo Hub, juntando várias entidades para que os agentes locais possam interagir e gerar uma sinergia”, afirma.

Para esse empreendimento, foram chamadas diversas entidades, como o Sebrae Goiás, a Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás (Adial), a Associação de Jovens Empreendedores e Empresários de Goiás (AJE Goiás), a Anjos do Brasil – Núcleo Goiás, a Minimize 3D Fab Lab, a Solpar e a Faculdade Esup/FGV, que apoiarão o desenvolvimento das startups. Além de contarem com essa rede de mentoria, as empresas acolhidas no Hub terão uma estrutura adequada à disposição para se acomodarem e trocarem experiências entre si, contando com salas de reuniões, vestiários, estações de trabalho, auditório e áreas de convivência em seus 500 m².

Segundo Campos, a Ace terá papel central no projeto, sendo responsável, principalmente, por organizar a captação de recursos obtidos por meio dos investidores anjos – pessoas físicas que fazem investimentos em empresas recém-criadas que demonstrem significativo potencial de crescimento. “Nós temos a meta de captar R$ 5 milhões em cinco anos”, relata ele. O objetivo é atrair dez investidores que contribuirão, cada um, com R$ 100 mil por ano, totalizando R$ 500 mil ao longo do processo.

Para uma startup ser contemplada, porém, é preciso que ela demonstre seu potencial. O processo de seleção das empresas já está aberto no site da Ace, que tem uma metodologia própria para analisar e eleger as mais promissoras.

Os requisitos iniciais são ter um projeto inovador e um valor de mercado de R$ 1 milhão, com potencial para alcançar R$ 100 milhões em cinco anos. Dentre todas as inscritas, apenas cinco serão escolhidas para participar de uma banca em setembro, de onde três serão selecionadas para participarem da fase inicial do projeto.

“Cada uma das empresas ficará instalada no Hub pelo período de seis meses. Então temos o objetivo de investir em 30 startups ao longo desses cinco anos”, ressalta Campos. Além da rede de mentoria que estará à disposição das empresas que demonstrarem potencial, a Ace vai participar ativamente da gestão de cada uma delas para garantir que os investimentos sejam feitos da forma correta, possibilitando o incremento em seus faturamentos.

Em 2020, quando o Parque Tecnológico estiver pronto, as empresas instaladas no Hub serão transferidas para lá. O local ocupará uma área de 4 mil m² e passará a se chamar Centro de Inovação. 

Ao final do percurso, a perspectiva é que alguns dos contemplados possam sair do projeto milionários. “A Ace tem experiência com 70 empresas individuais. Dessas, diversas passaram pelo processo de Exit – ou seja, foram vendidas a preços milionário a grandes players do mercado” conta Bernardo. “Esperamos que das 30 atendidas possamos tirar cinco para passar pelo mesmo processo.”

Todo o projeto será detalhado em um evento a ser realizado às 18h desta terça-feira (2/8) durante o 2º Fórum de Investimento Anjo de Goiás. O evento acontece na sede da Asmego, localizada à Rua 72, nº 192, no Jardim Goiás. 

Os interessados em participarem do processo de recrutamento podem se inscrever pelo site: http://www.fundacity.com/goace/apply/894.