Granizo destrói plantações e expõe risco para a produção agrícola em Goiás
Faeg acompanha os prejuízos e orienta produtores sobre medidas emergenciais
As perdas provocadas pelas chuvas de granizo em municípios de Goiás acendem um alerta para os impactos na produção rural e na economia local. Segundo o diretor da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Edson Novaes, os temporais ocorreram de forma isolada, mas com alto poder destrutivo, atingindo cidades como Rio Verde, Montividiu e Joviânia, onde lavouras de soja foram destruídas, deixando produtores com prejuízos milionários e provocando queda na produção da safra 2025/2026.
De acordo com Novaes, apesar de não atingir todo o Estado, esse tipo de fenômeno exige atenção imediata. “As chuvas de granizo têm ocorrido de forma mais isolada, mas causam impactos muito severos onde atingem”, destacou. Segundo ele, a Faeg, em conjunto com os sindicatos rurais, atua diretamente na orientação aos produtores afetados.
A entidade vem auxiliando os agricultores na busca por mecanismos legais diante dos prejuízos, principalmente na renegociação e prorrogação de financiamentos. Também há orientação para que os municípios solicitem decretos de situação de emergência, facilitando o acesso a recursos.
Segundo Novaes, a Faeg também atua de forma preventiva por meio dos boletins climáticos emitidos pelo Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag), que monitoram as chuvas e alertam os produtores sobre riscos climáticos.
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Prejuízo ultrapassa R$ 1 milhão em áreas destruídas
Em Joviânia, cerca de sete produtores foram atingidos. Um deles, Ary Brito, perdeu quase toda a plantação de soja em uma área de 145 hectares. “A chuva destruiu tudo em poucos minutos. Outras áreas da vizinhança também foram afetadas”, afirmou. O prejuízo estimado ultrapassa R$ 1 milhão. Segundo ele, a alternativa agora é encerrar o ciclo da soja e tentar o plantio de milho para evitar deixar a área ociosa, embora a recuperação seja incerta.
Outro produtor, César Henrique Resende, informou que 100 hectares de soja destinados à exportação foram destruídos. Ele destacou que o replantio pode comprometer a janela do milho safrinha e afetar ainda mais a renda do próximo ciclo.
Para o diretor da Ifag/Faeg, os impactos vão além das propriedades atingidas e podem alcançar a economia local e até a produção ao nível estadual. A avaliação oficial dos danos cabe à Defesa Civil e aos órgãos competentes. Enquanto isso, a Faeg segue acompanhando os casos junto aos sindicatos rurais e orientando os produtores sobre medidas para reduzir os prejuízos.

IBGE aponta queda de 7,8% na produção agrícola em Goiás
Ao nível nacional, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alerta para chuvas intensas em várias regiões do país, incluindo Goiás, com possibilidade de ventos fortes e queda de granizo. Segundo o gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), André Amorim, a partir de segunda-feira da próxima semana deve ocorrer a atuação de uma nova frente fria, que pode aumentar a incidência de tempestades e de episódios isolados de granizo no Estado.
Segundo o primeiro prognóstico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a safra brasileira de grãos de 2026 deve alcançar 332,7 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 3,7% em relação a 2025. No ciclo anterior, a produção foi estimada em 345,6 milhões de toneladas, recorde histórico. Em Goiás, a previsão inicial aponta recuo de 7,8% na produção, cenário que reforça os impactos dos eventos climáticos sobre o setor e já preocupa especialistas pelos reflexos na produtividade, na renda do produtor e nos preços ao consumidor.
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