Resposta

Grupo indígena de Minaçu cobra energia em aldeia para Cacique continuar tratamento contra Câncer

O retorno do Cacique Trumak à aldeia está previsto para o final deste mês, para seguir com o tratamento, mas depende da ligação de energia elétrica no local

Aldeia Avá-Canoeiro, em Minaçu não tem energia elétrica. Foto - Divulgação / Funai

Um grupo indígena de uma aldeia de Minaçu, no Norte goiano, se movimenta para conseguir energia elétrica e salvar o Cacique Trumak, um dos últimos remanescentes do grupo avá-canoeiro. Segundo divulgado pelo O Popular, o homem está internado desde janeiro em um hospital de Goiânia em tratamento contra um tumor no cérebro.

O retorno de Trumak à aldeia está previsto para o final deste mês, para seguir com o tratamento, mas depende da ligação de energia elétrica no local. O cacique vai precisar de equipamentos de saúde que dependem da energia elétrica, que atualmente está a 2 km da aldeia e ainda não há previsão de quando chegará ao local.

Segundo a advogada Fernanda Pimentel Dourado França, um e-mail foi encaminhado à Equatorial Goiás solicitando esclarecimentos. De acordo com ela, o pedido de energia na aldeia já foi solicitado há muito tempo. A advogada ressalta que várias propriedades rurais no entorno do local já têm energia elétrica, exceto na aldeia.

A defensora reforça ainda que a Equatorial tem 15 dias para responder a demanda e, caso isso não aconteça, ela vai entrar com um mandado de segurança com tutela de urgência.

Indígenas prejudicados

Conforme detalha a advogada, além do Cacique Trumak, outros indígenas também estão sendo prejudicados. Segundo ela, uma idosa de 86 anos, cega e com problemas de saúde, precisa sair da aldeia para tratamento em razão disso. Além dela, um irmã de 79 anos, que também está internada no Hospital Centro Norte Goiano, em Uruaçu, com câncer.

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF) em Goiás, no dia 31 de janeiro deste ano, recebeu uma representação sobre a questão da falta de energia na aldeia de Minaçu.

Segundo o MPF, foram solicitadas informações em caráter de urgência à Funai, à Secretaria Especial de Saúde Indígena e à Equatorial. Ao Mais Goiás, a Equatorial disse que o pedido de ligação de energia feito em nome do Sr. Niwathima Ava Canoeiro está em andamento dentro da companhia.

Ainda por meio de nota, a concessionária disse que, após a elaboração dos levantamentos técnicos em campo, ficou evidenciada a necessidade de emissão licença ambiental para construção da rede de energia elétrica que garantirá o fornecimento à unidade consumidora do cliente. Confira nota na íntegra:

Nota Equatorial Goiás

A Equatorial Goiás informa que o pedido de ligação de energia feito em nome do Sr. NIWATHIMA AVA CANOEIRO está em andamento dentro da companhia.

A concessionária salienta que após a elaboração dos levantamentos técnicos em campo, ficou evidenciada a necessidade de emissão licença ambiental para construção da rede de energia elétrica que garantirá o fornecimento à unidade consumidora do cliente.

A distribuidora esclarece que, durante o processo de licenciamento ambiental, foram apontadas pelo órgão licenciador, o IBAMA, necessidades de adequações ao estudo de impacto ambiental. Em atendimento à solicitação do órgão, a Companhia está concluindo as adequações até o dia 22/02, para nova submissão de análise do IBAMA.

Assim que o órgão ambiental, após a reanálise, concluir o processo de licenciamento ambiental, a Equatorial seguirá com máxima urgência e envidará todos os esforços para conclusão da ligação do cliente.

A concessionária está empenhada em resolver com a maior agilidade possível este assunto e permanece a disposição para orientar o cliente durante todo esse processo.