Solidariedade

Grupos solidários levam alegria para os mais carentes neste Natal

Fim de ano é época de refletir e também de ajudar o próximo. E é…

Fim de ano é época de refletir e também de ajudar o próximo. E é no Natal que muitas pessoas aproveitam para doar um pouco de atenção a quem precisa. É o caso do Leandro da Silva, de 30 anos, co-fundador do Grupo Pão Nosso. A iniciativa já tem cinco anos e conta com cerca de 153 participantes. Hoje, o grupo realiza diversas ações durante o decorrer do ano, mas é em dezembro que essas ações se intensificam.

O Grupo Pão Nosso tem sede no Setor Crimeia Leste e conta com uma equipe multidisciplinar que vai desde atendimentos com psicólogos até advogados. Isso tudo visa ajudar pessoas em situações carentes e até mesmo moradores de rua. “Buscamos tornar o mundo um lugar mais fraterno e igualitário à todos”, conta Leandro.

Ação do grupo Pão Nosso em Aparecida de Goiânia (Foto: Arquivo Pessoal)

O grupo também desenvolvem visitas mensais ao Asilo Comendador Walmor, levando músicas e alegria aos idosos. Também tem o trabalho realizado no lixão de Aparecida de Goiânia, com a distribuição de alimentos arrecadados e brinquedos para as crianças e é ainda realizado atividades diversas no Orfanato Niso Prego.

“Nesse último trabalho desenvolvido no orfanato, levamos as crianças, pela primeira vez, a um cinema. Foi alegria geral. Eles ficaram bem entusiasmados e encantados com a exibição do filme”, relata o co-fundador.

Voluntários conversam com idosos no asilo em Aparecida (Arquivo Pessoal)

Nesse Natal, Leandro conta que será feita duas frentes de trabalho: a primeira é a entrega de alimentação para moradores de rua do Centro da capital e a outra é a ceia natalina que será realizada na sede do grupo. “Nesta semana já começaremos a entregar frutas, refrigerantes, alimentos, sorvete e música para as pessoas que vivem nas regiões da Rua 66, no Centro. No dia 24, faremos a nossa ceia bem farta para que eles – moradores de rua – se sintam acolhidos na nossa sociedade”, explica Leandro.

E ainda completa: “Estamos passando por momentos tão difíceis que não conseguimos enxergar uma mudança. Eu acredito em um mundo melhor. Um mundo mais justo, que tenha qualidade de vida. Buscamos pessoas que queiram fazer o bem ao próximo, não apenas por status, mas por realmente querer um lugar diferente para os que estão aqui e para as próximas gerações”, assevera Leandro.

Grupo realizando distribuição de comida (Foto: Arquivo Pessoal)

Esperança durante o tratamento

O câncer é uma doença que carrega no nome o peso e a angústia pela sobrevivência. O Tratamento pela quimioterapia e radioterapia, consomem o paciente que passa por isso e que busca um motivo para sorrir. Daí começa o trabalho do grupo Sorriso Solidário.

Charles Cortez, de 43 anos, está no grupo desde a sua fundação em 2007 e, de lá para cá, se dedicaram especialmente em levar alegria e esperança para as pessoas que passam por tratamento da doença no Araújo Jorge. “Visitamos sempre a área de tratamento do SUS – Sistema Único de Saúde – pois vemos pessoas se sentem abandonadas emocionalmente. Por isso, buscamos levar alegria com o nosso trabalho”, explica Charles.

O integrante também conta que é feito visitas em outras instituições como asilos e creches, mas que a preferência é sempre o Araújo Jorge, onde os trabalhos acontecem quinzenalmente. “A visão do nosso trabalho é sempre levar o espírito da solidariedade. O trabalho é muito importante em todas as esferas desenvolvidas. Recentemente, fizemos um trabalho na creche do convento Mãe Dolorosa, que atende crianças de seis meses a cinco anos, e levamos diversão e brincadeiras para os pequenos”, lembra Charles.

Hoje o grupo conta com 16 integrantes e carrega em sua trajetória uma mistura de força e fé. O grupo foi criado por Lucas Rodrigo, que sofria com um câncer no olho. A ideia foi montar um grupo para entreter pessoas com a doença e levar esperança a elas.

“Por isso a nossa prioridade é o trabalho no Araújo Jorge. O Lucas sempre foi uma pessoa que era esperançosa e buscava levar essa alegria para o próximo. O seu principal legado foi o sorriso, por isso o nome do grupo”, conta o amigo emocionado ao lembrar de Lucas e sua luta contra a doença, até falecer em 2011.

Lucas, lado direito e todo de branco, deixou como legado o seu sorriso, por isso o nome do grupo (Foto: Arquivo Pessoal)

Para o Natal, o grupo será um projeto que busca emocionar os pacientes e deixar uma lembrancinha para que nunca percam as esperanças no tratamento. “Sempre vamos de vermelho e alguém vai fantasiado de Papai Noel. Nesse ano, levaremos mais brincadeiras e distribuiremos squeezes personalizadas do grupo”, explica Charles.

“Vivemos em um mundo onde muitas pessoas estão focadas nas tecnologias e esquecem de serem humanos. Hoje faz falta uma palavra amiga, um abraço, um sentimento fraterno pelo o próximo. E com o nosso trabalho, buscamos valorizar o que o Lucas nos deixou: o seu sorriso. A partir de um sorriso, conseguimos enxergar que a felicidade está nos pequenos gestos, mas que fazem grande diferença na vida das pessoas”, encerra Charles.

*João Paulo Alexandre é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Thaís Lobo.