COTIDIANO

Há 20 anos, Edmar vende pipoca para sustentar a família em Goiânia e torce pela volta dos eventos

A pandemia foi o mais duro revés que Edmar Pereira de Oliveira sofreu nos 20…

Edmar Pereira, 45 anos:: há 20 ele sustenta a família vendendo pipoca (Foto: Jucimar de Sousa/Mais Goiás)
Edmar Pereira, 45 anos:: há 20 ele sustenta a família vendendo pipoca (Foto: Jucimar de Sousa/Mais Goiás)

A pandemia foi o mais duro revés que Edmar Pereira de Oliveira sofreu nos 20 anos em que sustenta a família com carrinhos de pipoca em Goiânia. Neste domingo, ele estava no parque Zoológico no momento em que conversou com a reportagem do Mais Goiás. Com tom de alívio na voz, contou que movimento cresceu – o que significa que as vendas também melhoraram. 

A família do ex-ajudante de pedreiro passou ilesa pela pandemia. Mas o negócio dele não. Edmar tinha quatro carrinhos de pipoca e se desfez de um para pagar dívidas. Há poucas semanas, arrendou um carrinho no esforço para reerguer as finanças. Enquanto ele está no Zoológico, a esposa vende pipoca em um parque no Jardim Nova Esperança. 

“Em um sábado ou domingo bom, a gente consegue até R$ 300 com os dois carrinhos”, conta. “Só que nos últimos meses ficou parado demais. Era ótimo quando tinha show, ou aquelas missas abertas na praça Cívica. Nossa renda chegava a R$ 1 mil em um dia”. 

Quatro pessoas vivem com a renda da pipoca na casa de Edmar, que fica no bairro São Carlos: ele, a esposa, o filho e o neto de quatro anos. Há pouco tempo, o filho trocou o carrinho por uma vaga em uma loja de roupas na região da rua 44 – para felicidade de Edmar. “Eu achei ótimo, ele merece ter uma vida melhor. Torço para que ele cresça na carreira e logo consiga abrir a lojinha dele. Porque pipoca é assim, né? Tem dia que você vende, tem dia que não”.

Edmar veio de Uruana aos 13 anos. Aos 45, e depois de trabalhar na roça da família e em obras de construção, afirma que não tem planos de aposentar o carrinho. “Eu tenho saúde para trabalhar muito mais”, diz ele.