Homem que planejou atentado à bomba no DF vai para o regime aberto
Decisão visa minimizar os efeitos de superlotação carcerária no Centro de Internamento e Reeducação

George Washington de Oliveira Sousa, o empresário bolsonarista radical preso após tentar explodir uma bomba perto do aeroporto de Brasília, em 2022, vai migrar do regime semiaberto para o aberto. A decisão é da Justiça do Distrito Federal e visa minimizar os efeitos de superlotação carcerária no Centro de Internamento e Reeducação (CIR), no DF.
George foi condenado a 9 anos e 8 meses de prisão pela tentativa de atentado à bomba no Aeroporto Internacional de Brasília após a eleição do presidente Lula (PT). Na decisão de progressão do regime, o juiz Bruno Aielo Macacari entendeu que o condenado preenche o requisito objetivo para mudança em 18 dias. A contagem começou em 7 de janeiro.
O condenado foi preso em 24 de dezembro de 2022, mesmo dia da tentativa do atentado. Ele conseguiu progressão para o semiaberto em 2024, após cumprir um sexto da pena, aplicada em 11 de maio de 2023.
Depoimento de George
Do Pará, George chegou em Brasília no dia 12 de novembro para participar dos atos no quartel-general do Exército. Ele, que tem registro de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC), o fez motivado pelo presidente. “O que me motivou a adquirir as armas foram as palavras do [então] presidente Bolsonaro, que sempre enfatizava a importância do armamento civil”, disse em depoimento.
Em Brasília, ele estava com um arsenal de pistolas, escopetas, um fuzil, mais de mil munições de diversos calibres e cinco bananas de dinamite para apoiar uma intervenção militar – cerca de R$ 160 em armas, segundo ele. Por causa disso, a juíza Acácia Regina Soares de Sá converteu a prisão em flagrante em preventiva.
À Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), George afirmou que o intuito era fazer com que as Forças Armadas decretassem “estado de sítio”. Ele também queira que houvesse uma intervenção militar. “Eu resolvi elaborar um plano com os manifestantes do QG do Exército para provocar a intervenção das Forças Armadas e a decretação do estado de sítio para impedir a instauração do comunismo no Brasil”, disse também no depoimento.
Também participou do crime Alan Diego dos Santos. Depois de George receber os itens para montar a bomba de pessoas não identificadas, o segundo envolvido pegou para colocá-la no caminhão-tanque, no aeroporto.
Alan foi preso em 17 de janeiro de 2023. Ele se entregou à Polícia Civil de Mato Grosso, em Comodoro (MT), à época, e foi transferido para Brasília depois.