MANUTENÇÃO

Hospital Sagrado Coração de Jesus pede recuperação judicial em Nerópolis

Unidade possui mais de 370 profissionais vinculados ao SUS, entre eles 98 médicos

Hospital Sagrado Coração de Jesus pede recuperação judicial em Nerópolis
Hospital Sagrado Coração de Jesus pede recuperação judicial em Nerópolis (Foto: Reprodução - Portal Goiás)

O Hospital Sagrado Coração de Jesus (HSCJ), em Nerópolis, pediu recuperação judicial na quarta-feira (26). O objetivo da instituição, que já está sob intervenção da Justiça, é manter as atividades, conforme divulgado pelo Rota Jurídica. A unidade possui mais de 370 profissionais vinculados ao SUS, entre eles 98 médicos.

A estrutura inclui, ainda, 14 consultórios, quatro salas de enfermagem, cinco centros cirúrgicos e 31 leitos, além de 33 leitos clínicos, 50 de UTI adulto e cinco destinados ao isolamento. O HSCJ também possui áreas específicas para obstetrícia cirúrgica, clínica obstétrica e pediatria.

Ao veículo de comunicação, Stenius Lacerda Bastos, administrador judicial há 15 dias, disse que o pedido visa preservar a função social do hospital e garantir que os serviços essenciais continuem, conforme já mencionado. A expectativa é superar a crise financeira que foi “agravada por conflitos societários e de governança” e “preservar a fonte produtora, garantir os empregos e resguardar os interesses dos credores”.

Anteriormente, foi apresentada uma ação de exclusão de associado por justa causa c/c declaratória de inelegibilidade. Segundo Stenius, esta já mostrava a necessidade de reestruturação ao registrar problemas de concentração de poder e falta de transparência, bem como entraves à fiscalização. Ele também mencionou as irregularidades identificadas:

  • Débitos com colaboradores e médicos;
  • Ausência de estoque mínimo para funcionamento seguro;
  • Descontinuidade de contratos essenciais;
  • Inconformidades sanitárias e de segurança;
  • Presença de empresas atuando dentro da estrutura física do hospital;
  • Ausência de registros contábeis íntegros, atualmente em auditoria;
  • Precariedade de caixa e fluxo de receitas;
  • E cobranças de débitos sem comprovação adequada de entrega de produtos ou serviços.

Stenius informou, ainda, que após os 15 dias como administrador, as conversas com a prefeitura de Nerópolis e representantes das partes têm avançado. A juíza titular da 1ª Vara Cível da comarca, Roberta Wolpp Gonçalves, conduz o caso.

Recuperação judicial e falência

Vale citar que, na recuperação judicial, o administrador é o fiscal das atividades empresariais. Ele pode pedir assembleias, elaborador quadro de credores e fiscalizar as atividades, além de ter outras competências. A situação é diferente de falência, quando essa figura assume a massa falida e se habilita nas representações de processos judiciais, a fim de arrecadar bens e administrar os ativos para realizar pagamentos.

O litígio que envolve o hospital tramita em segredo de Justiça. A ação, contudo, é sobre exclusão de associado cumulada com declaratória de inelegibilidade e pedido de tutela de urgência.