POSIÇÃO

Hugo fala em readequação e admite paralisação de até 70% em alas do hospital

"Gestão da unidade passa por um processo de readequação entre os valores recebidos para execução dos serviços e a consequente quitação para fornecedores e prestadores de serviço"

Hugo fala em readequação e admite paralisação de até 70% em alas do hospital
Técnicos de enfermagem substituem alguns terceirizados (Foto: Enviada ao Mais Goiás)

O Hospital de Urgência de Goiás (Hugo), em Goiânia, admitiu a paralisação de terceirizados em até 70% em alas da unidade. Mais cedo, uma servidora disse ao Mais Goiás que o Hugo estaria com redução de funcionários por falta de pagamento.

Em nota, o Hugo a gestão da unidade passa por um processo de readequação entre os valores recebidos para execução dos serviços e a consequente quitação para fornecedores e prestadores de serviço. O hospital afirma que “isso se refletiu no atraso de pagamento para esses terceirizados que responderam com a suspensão dos serviços em alguns setores de até 70% dos postos de trabalho”.

Entre os servidores parados, estariam o porteiro que controla a entrada e saída de veículos. Além disso, nesta segunda, havia somente uma pessoa na recepção. Limpeza, lavanderia e cozinha também estariam com falta de funcionários.

Segundo ela, a empresa terceirizada pelos porteiros, seguranças e maqueiros afastou os funcionários devido ao atraso nos repasses dos pagamentos. “Há 15 dias. São 18 maqueiros, só tem cinco trabalhando. Eles vão ao trabalho, mas não trabalham. Guardas são três, só uma está indo”, exemplifica.

“Quem está fazendo diversos serviços são os técnicos de enfermagem. Cobrindo buracos. Muitas cirurgias foram canceladas. Somente a urgência está funcionando”, argumenta. Ainda de acordo com ela, a lavanderia também está em processo de operação tartaruga – pelos mesmos motivos.

Ela argumenta que essa situação ocorre, pois o Hugo aguarda, desde dezembro, uma nova Organização Social (OS) para administrá-lo. O hospital diz que discute com a secretaria de Saúde “a normalização dos repasses para a quitação de passivo junto a fornecedores e prestadores de serviço para o retorno do processo de serviços e materiais essenciais para a regular prestação de serviço de saúde”.

Confira a nota completa do Hugo sobre as paralisações

“O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (HUGO) esclarece o seguinte:

  • A gestão da unidade passa por um processo de readequação entre os valores recebidos para execução dos serviços e a consequente quitação para fornecedores e prestadores de serviço;
  • Isso se refletiu no atraso de pagamento para esses terceirizados que responderam com a suspensão dos serviços em alguns setores de até 70% dos postos de trabalho, fato que tem gerado muito desconforto para a gestão, colaboradores, pacientes e acompanhantes;
  • Está em discussão com a Secretaria Estadual de Saúde a normalização dos repasses para a quitação de passivo junto a fornecedores e prestadores de serviço para o retorno do processo de serviços e materiais essenciais para a regular prestação de serviço de saúde;
  • A direção lamenta esses fatos ocorridos e reitera estar em busca da normalização com prestadores de serviços e fornecedores, para o bem de colaboradores, pacientes e toda a comunidade.”

Piolho

Outra situação confirmada pelo Hugo foi sobre uma infestação de piolhos de pombo, nesta segunda-feira (22). Segundo apurado, nove pacientes da UTI-4 foram transferidos para o centro cirúrgico. Em nota, o Hospital informou que “foi identificado um foco de pediculose em um dos andares provocado por pássaros oriundos do Bosque que fica ao lado do hospital”, se refere ao Parque Areião.

Ainda conforme a unidade de saúde, foram tomadas medidas de contingência como proteção aos pacientes e colaboradores e imediata dedetização dos ambientes, “garantindo que nenhum transtorno pudesse afetar pacientes, acompanhantes e colaboradores”.

NOTA SES

A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) ressalta que o problema relatado quanto à infestação de piolhos de pombos é pontual e restrito à UTI 4 do Hugo. Equipe da pasta acompanha o plano de contingência do hospital para solucionar o problema. Para isto, os pacientes da UTI 4 foram remanejados, bem como as pacientes da enfermaria de observação feminina até o começo da tarde, restando os pacientes da enfermaria masculina que seriam remanejados até o final da tarde. As duas enfermarias foram evacuadas preventivamente por estarem próximas à UTI, até que sejam concluídos os processos de desinfecção e limpeza.
A SES-GO informa que não há atrasos no repasse ao Instituto CEM para a gestão do Hugo. O contrato, que funciona com repasse proporcional às metas estabelecidas, apurou um valor de 10 milhões (referente ao não-atingimento de metas por parte da OSS contratada), mas que diante dos problemas de gerenciamento verificados no momento, não está sendo aplicada agora.
É lamentável que o Instituto CEM proceda na reta final do contrato alegando fatos que não correspondem à realidade. A fim de manter o alinhamento de informações e garantir a transição no hospital para a OSS vencedora do chamamento feito para o Hugo, a SES nominou uma Comissão de Transição que está trabalhando junto aos servidores para manter os serviços e a assistência devida aos pacientes, sem impactos e sem paralisação de setores.

Secretaria de Estado da Saúde