Idosa internada na UTI sofre com demora para cirurgia urgente em Aparecida de Goiânia
Filha denuncia demora na transferência de mãe internada em estado grave

Uma idosa de 70 anos, diagnosticada com aneurisma cerebral, está internada na UTI de um hospital particular em Aparecida de Goiânia, com fortes dores e aguardando transferência para uma unidade com estrutura adequada para a cirurgia urgente. Segundo a família, erros no prontuário e na transferência de Francisca de Fátima Lopes Machado Cardoso agravaram ainda mais a situação.
Na terça-feira (18/2), Francisca foi transferida do Hospital Estadual de Trindade (Hetrin) para o Hospital São Silvestre de Aparecida de Goiânia, com a solicitação para cirurgia. Ela apresentava dores intensas de cabeça, hipertensão, vertigens e náuseas, além de um histórico de doenças pré-existentes. No entanto, o relatório médico realizado pela unidade particular indicou que, apesar da gravidade e urgência do caso, o São Silvestre não possuí infraestrutura para realizar o procedimento necessário. O laudo da unidade particular reforçou a necessidade de transferência imediata para um hospital capacitado.
“Quando percebemos o erro, pedimos a transferência de volta para o Hetrin, mas o hospital se recusou e passou a responsabilidade para nós. Acionamos a Polícia Militar depois que o hospital exigiu que assinássemos um termo de aceite, sob ameaça de sermos acusados de abandono hospitalar”, relatou Keith Lopes, filha de Francisca.
Os familiares acionaram a Justiça, que determinou que o Estado garantisse a vaga para a cirurgia ou custeasse o procedimento em um hospital particular em até 24 horas. No entanto, a Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO) afirmou que não havia pedido registrado, apenas uma consulta agendada para o próximo dia 27 no Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG) para avaliação.
Keith informou que, na tarde desta quarta-feira, a secretaria do Hospital São Silvestre comunicou que sua mãe foi regulada pelo município de Aparecida. “O pessoal acabou de me chamar ali para avisar que ela foi regulada pelo município e que estão fazendo toda a sondagem para tentar conseguir a vaga. Se não conseguirem, aí sobe para o Estado fazer a regulação”, explicou. “Estamos fazendo tudo o que podemos para garantir que ela seja tratada da forma certa. Não podemos deixar que algo aconteça com minha mãe enquanto ela aguarda essa transferência”, desabafou
Leia na íntegra a nota da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO)
“A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) informa que a paciente supracitada teve pedido de vaga disponibilizado nesta terça-feira (18/02) para o Hospital São Silvestre, uma vez que o Hospital Estadual de Trindade (Hetrin) não realiza o procedimento necessário ao caso. Antes que a unidade aceite, ela tem acesso a todos os exames e quadro clínico do paciente, estando ciente, portando, da situação do mesmo. Entretanto, uma vez internado no local, o paciente pode ser submetido a novos exames e partir disso, o hospital pode identificar que o perfil necessário não se aplica a sua capacidade assistencial. No caso específico, foi verificado que a paciente necessidade de microcirurgia para aneurisma da circulação cerebral anterior.
A SES-GO esclarece que a paciente possui consulta agendada com um especialista no Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG) no dia 27/02/2025, que possui equipe de neurocirurgia e equipamentos de hemodinâmica. Na ocasião, a equipe médica avaliará o caso e definirá a conduta mais adequada para o tratamento. Vale ressaltar, ainda, que na maioria dos casos os procedimentos de aneurisma são conduzidos no fluxo eletivo, com as devidas nivelações de gravidade e prioridade. A Pasta reforça, ainda, que em todo o momento a paciente foi devidamente assistida, incialmente no Hetrin e atualmente no Hospital São Silvestre. Neste momento, não há nenhum pedido de transferência em nome da paciente e nenhuma pendência para a mesma no Complexo Regulador Estadual.”