Indicado por major Augusto como negociante de carro furtado confirma versão do PM
Policial conhecido por agredir estudante Matheus Ferreira foi flagrado com veículo ilícito, na BR-414; disse ter que não sabia da procedência e que tinha adquirido de terceiros
O homem que teria negociado um Jeep Renegade com o major Augusto Sampaio de Oliveira Neto, flagrado com o veículo furtado, na BR-414, confirmou a versão do PM. Responsável pelo caso, o delegado Rodrigo Luiz Jayme, da Delegacia de Abadiânia, disse que o indivíduo confirmou a negociação, conforme dito pelo policial, mas não assumiu que furtou o automóvel. “Disse eu pegou de outra pessoa.”
Rodrigo disse que terá novas informações na segunda-feira (23). No momento, além do já apontado, ele informou apenas que o veículo foi enviado à perícia e que aguarda a conclusão.
Caso
Augusto foi flagrado enquanto dirigia um veículo furtado na BR-414 próximo a Corumbá, região Centro do Estado. O policial chegou a ser detido, mas foi liberado após informar que adquiriu o veículo em uma negociação e não sabia da procedência ilícita do automóvel.
Augusto Sampaio foi abordado por equipes da Polícia Militar (PM) e Polícia Rodoviária Federal (PRF) no último sábado (14). Durante a abordagem, os policiais verificaram que o Jeep Renegade conduzido pelo major possuía registro de furto e placa clonada.
O policial foi encaminhado à Central de Flagrantes de Anápolis e afirmou que adquiriu o veículo em negociação de um outro carro e estava com o Jeep como garantia da dívida. Conforme relato da Polícia Civil (PC), o major disse que não sabia que o automóvel era produto de furto. Ele foi liberado depois de prestar depoimento. A delegacia de Abadiânia cuida do caso.
Retrospectiva
Augusto Sampaio de Oliveira Neto, vale lembrar, é o militar que agrediu o estudante Matheus Ferreira da Silva com um cassetete durante manifestação em Goiânia em 2017. O advogado da vítima, Bruno Pena, propôs duas ações contra o militar: a primeira contra a agressão, ainda naquele ano, que está na Auditoria Militar [ajuizada pelo Ministério Público]; e a segunda, uma ação popular contra a promoção do PM – de capitão para major –, no ano passado, que aguarda uma decisão liminar 262 dias.
Para Bruno, ele ter sido flagrado em um veículo furtado só reforça o sentimento de impunidade, “quando um oficial, que está respondendo por um crime grave ainda é promovido, contrariando toda a legislação a respeito”. Em relação ao primeiro, o advogado explica que tem seguido o rito no tempo normal. “Estamos aguardando uma perícia requerida pela defesa. Estamos aguardando, também, a conclusão de alguns exames. Alguns ainda não foram feitos porque ele, o Matheus, é muito pobre e tem feito tudo pelo SUS”, conclui.
O Mais Goiás tenta contato com a defesa do major Augusto. O espaço permanece aberto.