Lesão corporal

Inquérito contra presidente do Pros por agressão à filha é enviado ao Judiciário

O inquérito instaurado contra o presidente do Pros, Eurípedes Júnior, por agressão à filha foi…

O inquérito instaurado contra o presidente do Pros, Eurípedes Júnior, por agressão à filha foi enviado ao Judiciário. (Foto: Janine Moraes/CB/D.A Press/VEJA)
(Foto: Janine Moraes/CB/D.A Press/VEJA) (Foto: Janine Moraes/CB/D.A Press/VEJA)

O inquérito instaurado contra o presidente do Pros, Eurípedes Júnior, por agressão à filha foi enviado ao Judiciário nesta terça-feira (14). Relatório médico de hospital de Planaltina, que constatou lesões no quadril e na mão direita da vítima, relato da jovem e medida protetiva foram suficientes para indiciar o político por lesão corporal e outro relacionado à fazer justiça com as próprias mãos, segundo explica o delegado Cristiomário Sousa Medeiros. Agressões teriam sido cometidas por tapas, pontapés e até mordidas.

O processo foi finalizado sem interrogatório do suspeito e sem o laudo do Instituto Médico Legal (IML) do Distrito Federal (DF), que deve ficar pronto na próxima semana. “Optamos por remeter o inquérito ao judiciário porque ele (Eurípedes Júnior) não teve interesse em ser interrogado. Já havia elementos suficientes para o indiciamento. O laudo do IML será enviado à Justiça assim que ficar pronto”, disse.

Sobre a suposta perseguição alegada pela defesa do suspeito, o delegado disse que apenas cumpre o papel de investigar casos que chegam até a Polícia Civil (PC). “Nosso trabalho é objetivo. Pessoas que são suspeitas de cometer crimes são investigadas. A PC não persegue ninguém. Se a vítima chega alegando a agressão, temos um protocolo a ser cumprido, que é levar para fazer perícia, fazer oitiva com testemunhas, tudo o que foi feito neste inquérito”, ressaltou.

O Mais Goiás entrou em contato com a defesa de Eurípedes Júnior e aguarda um posicionamento sobre o envio do inquérito ao Judiciário.

Relembre

A filha do político alega ter sido agredida a tapas e pontapés por conta de um carro que não queria vender ao pai. O crime aconteceu no último dia 8 de janeiro, na sede do Pros, em Planaltina. Ela conta o pai teria dito que precisava do carro da filha e que pagaria R$ 15 mil pelo veículo. A proposta, no entanto, foi negada e a vítima decidiu ir embora para evitar brigas, conforme consta no boletim de ocorrência. A partir daí, de acordo com o relato, as agressões tiveram início.

Em nota divulgada um dia após o fato, a defesa do político informou que a situação era um incidente familiar e que não houve situação de flagrante. No texto, os advogados afirmam que, desde que o político se separou da mãe da jovem, a relação entre pai e filha ficou abalada.

Ainda assim, de acordo com o documento, Eurípedes financiou um carro para a jovem, que se comprometeu a pagar as prestações que faltavam. “No entanto, em razão de a filha não ter pagado nenhuma das prestações, o pai a chamou para conversar e decidiu retomar o carro”, disse. O texto diz ainda que, quando a jovem teve o veículo tomado, procurou a delegacia para registrar a ocorrência. A defesa afirmou ser “lamentável que um pai, ao buscar corrigir a filha, tenha um conflito familiar exposto na imprensa”.

O advogado do político, Bruno Pena, disse ainda que pediu a suspeição do delegado responsável pelas apurações por ser claro inimigo político de Eurípedes e conduzir a investigação para prejudicar o suspeito e se promover. “Já representamos o delegado na corregedoria da Polícia Civil. Anteriormente ele instaurou um inquérito que era de competência da Polícia Federal. Agora, mais uma vez ele avocou inquérito que não é uma atribuição dele, já que não é titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam). Pedimos que o inquérito seja remetido ao titular da delegacia”, disse.