AGRESSÃO

Integrante de movimento social diz que teve casa em Goiânia invadida pela PM e foi agredido

Um integrante do Movimento Nacional de População em Situação de Rua de Goiás disse à…

Membro do movimento ligado a população de rua diz que sua casa em Goiânia foi invadida por PMs
Membro do movimento ligado a população de rua diz que sua casa em Goiânia foi invadida por PMs (Foto: Reprodução)

Um integrante do Movimento Nacional de População em Situação de Rua de Goiás disse à Polícia Civil que oito policiais militares (PMs) invadiram a casa dele, em Goiânia, na semana passada. Denizar de Oliveira, de 33 anos, denunciou ainda que foi agredido pelos PMs.

O boletim de ocorrência foi registrado na terça-feira passada (28), na Polícia Civil (PC). O Mais Goiás, então, solicitou o documento à PC e à Secretaria de Segurança Pública (SSP). Porém, não obteve sucesso.

A SSP, contudo, informou que todas as ocorrências são apuradas com rigor. “Caso seja comprovado o envolvimento de qualquer servidor das forças de segurança, a apuração será encaminhada para o órgão de correição responsável”, completou a nota da pasta.

O Mais Goiás também pediu à Polícia Militar (PM) uma nota sobre o assunto. O portal perguntou se os policiais foram identificados e se há alguma apuração interna em curso, mas até o momento não houve retorno.

Boletim de Ocorrência

O G1, que teve acesso ao documento, revelou que no boletim de ocorrência é informado que Denizar dormia em casa quando foi acordado com pauladas de cabo de vassoura no corpo. Segundo relatado, a agressão acabou quando alguém acendeu a luz e ele viu os oito agentes.

Ainda de acordo com o documento, alguns PMs estavam de farda comum e outros com farda tática. Denizar disse ter ouvido de um deles: “Não é esse aí não.”

Eles foram embora após isso e levaram a carteira da suposta vítima, que estava com o RG, R$ 12, um cartão de crédito. O celular também foi levado, conforme relato.

Denizar reconheceu um dos policiais. Ele seria da região. Segundo o documento, um deles disse que “deveria ter matado”.

Nota conjunta

Por meio de nota, o Comitê Goiano de Direitos Humanos Dom Tomás Bulduino e o Movimento Nacional da População em Situação de Rua de Goiás manifestaram solidariedade a Denizar. Segundo o texto, o caso evidencia os “sucessivos casos de violência policial. (…) A Polícia Militar de Goiás está fora de controle, chegando a atingir até integrantes de entidades oficiais da própria estrutura do Estado”

E ainda: “Condenamos essa ação ilegal, configurada pela ausência de mandado judicial, invasão de domicílio e agressão física, e exigimos que sejam adotadas todas as providências cabíveis para garantir a apuração de todos os fatos, a identificação e punição dos culpados.”

De acordo o documento, Denizer pensou que estaria protegido em casa, mas nem em seus piores dias na rua passou “por situação tão assustadora”.

Comitê Goiano de Direitos Humanos Dom Tomás Balduino

Coordenador do Comitê Goiano de Direitos Humanos Dom Tomás Balduíno, Pedro Wilson conhece Denizar. “Ele está escondido, está com medo. Só duas pessoas têm referência de onde ele está. Tem receio de voltar para a casa dele”, revela.

Segundo Pedro, Denizar teve algumas escoriações, mas não se machucou gravemente. “A sorte dele é que alguém acendeu a luz e viu que era a pessoa errada.” De acordo com o coordenador, a porta da casa foi arrombada.