OPERAÇÃO BACK DOOR II

Investigação mira suposta corrupção em hospitais laboratoriais contratados pelo Ipasgo

A Polícia Civil deflagrou a segunda fase da Operação BackDoor, que investiga esquema de corrupção…

A Polícia Civil deflagrou a segunda fase da Operação BackDoor, que investiga esquema de corrupção em hospitais laboratoriais particulares em Goiás. (Foto: divulgação/PC)
Peritos e policiais cumprindo mandado de busca e apreensão.

A Polícia Civil deflagrou a segunda fase da Operação BackDoor, que investiga esquema de corrupção em hospitais laboratoriais particulares em Goiás contratados pelo Instituto de Assistência dos Servidores Públicos do Estado de Goiás (Ipasgo). A corporação cumpre 53 mandados de busca e apreensão nas cidades de Goiânia, Anápolis, Ceres, Aparecida de Goiânia, Inhumas, Itapaci, Jaraguá, Caldas Novas, Rialma, São Patrício e São Paulo contra 25 pessoas físicas e 27 empresas. Ação também resultou no bloqueio judicial de R$ 84 milhões de bens dos supostos envolvidos.

Segundo apontam as investigações, hospitais particulares associados a empresas de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Ipasgo faziam pagamentos de serviços não existentes, além de demonstrar fraude no processo licitatório. Conforme expõe a PC, um único servidor do instituto ficou responsável por todo o processo licitatório de modo a facilitar e beneficiar as empresas que mais tarde seriam as vencedoras do certame.

A apuração verificou, ainda, que houve desvio de finalidade na execução dos contratos e omissão na fiscalização das empresas, uma vez que auditorias foram realizadas em desacordo com o objeto contratual, com a agravante de que médicos contratados auditavam contas de locais em que trabalhavam. Tais auditorias totalizaram o valor de R$ 63 milhões. Além disso, observou-se auditorias em exames complementares, decorrentes de internação emitidas acima de 50% do parâmetro de referência pelo Ipasgo, realizadas por colaboradores vinculados às empresas investigadas, totalizando o valor de R$ 14 milhões.

O objetivo da operação, de acordo com a PC, é apreender computadores, celulares, documentos, contratos, extratos bancários e quaisquer outros elementos de informação pertinentes aos investigados e sua relação com o Ipasgo.

Na primeira fase da operação, realizada em julho do ano passado, a investigação apontou que vários dos servidores envolvidos no esquema eram terceirizados de uma empresa contratada pelo instituto, motivo pelo qual se instaurou outro inquérito com o objetivo de apurar a relação entre a empresa e a autarquia.

Ao final das apurações, os envolvidos poderão ser indiciados pelos crimes de organização criminosa, corrupção passiva, corrupção ativa, prevaricação e fraude em licitação.