Juiz de Goiânia condena dupla por tentar golpe 709 vezes contra banco digital com uso de IA
Sentença inclui crime de associação criminosa
O juiz da 4ª Vara Criminal dos Crimes Punidos de Goiânia, Liciomar Fernandes da Silva, condenou duas pessoas por tentarem dar um golpe 709 vezes contra um banco digital por meio de fraude no sistema de reconhecimento facial com o uso de inteligência artificial (IA). A sentença desta semana também incluiu o crime de associação criminosa, além de estelionato eletrônico.
Consta na decisão que Euller Santos da Silva e Larissa da Silva Caldeira manipularam fotografias de terceiros em aplicativos de inteligência artificial para simular movimentos faciais e burlar sistemas de segurança do Banco C6 para tentar acessar contas bancárias e fazer transações fraudulentas. Segundo as investigações, foram 709 tentativas de acesso a 259 contas bancárias diferentes, além da abertura de uma conta falsa em nome de um terceiro, usada para teste de operação.
A Polícia Civil (PCGO) informou que as provas foram obtidas por meio de mandados de busca e apreensão. As investigações também revelaram que os acusados testavam o método em suas próprias contas.
Mas sobre o julgamento, o juiz afirmou que o caso mostra um novo tipo de crime digital, por meio da manipulação de dados biométricos e imagens com auxílio de IA amplia. Segundo ele, a prática “configura falsidade ideológica digital” e representa uma “conduta coordenada e reiterada de associação criminosa voltada à fraude eletrônica”.
Larissa da Silva Caldeira foi condenada a 8 anos, 4 meses e 19 dias de reclusão, e Euller Santos da Silva, a 8 anos, 10 meses e 22 dias de reclusão, além do pagamento de dias-multa. O magistrado permitiu aos réus recorrerem em liberdade, mediante a retenção dos passaportes dos condenados.
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