PGFN

Justiça apura suposto mecanismo para blindar patrimônio antigo Grupo Coral de credores

Responsável pelo conglomerado, Lélio Carneiro nega qualquer irregularidade

Justiça apura suposto mecanismo para blindar patrimônio antigo Grupo Coral de credores
Justiça apura suposto mecanismo para blindar patrimônio antigo Grupo Coral de credores (Foto: José Cruz - Agência Brasil)

A Justiça Federal apura se o antigo Grupo Coral, conglomerado goiano que atuava no setor de serviços terceirizados, tem utilizado fundos de investimentos administrados pela Reag Investimentos para blindar seu patrimônio de credores. A investigação, que conta com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), foi divulgada pelo Metrópoles.

O Grupo Coral teve a falência decretada em 2015 e teria mais de R$ 300 milhões em dívidas à época da recuperação judicial, em 2012. Os pedidos de indenizações que correm na Justiça somam aproximadamente R$ 250 milhões. Responsável pelo conglomerado, Lélio Carneiro nega qualquer irregularidade.

“Não existe nenhuma investigação sobre Lélio Carneiro ou sobre seu filho envolvendo crime organizado. O que há são processos relacionados à falência do Grupo Coral, o que é fato público, e à gestão de fundos que, em determinado momento, estavam sob administração da Reag”, afirmou a assessoria jurídica do empresário ao veículo de comunicação.

A procuradoria identificou, durante tentativas de bloqueio de valores ligados ao empresário, transferências para fundos sob gestão da Reag. Destaca-se que a instituição é investigada por suspeita de lavagem de dinheiro no setor de combustíveis no âmbito da Operação Carbono Oculto. No fim de agosto, as autoridades cumpriram 200 ordens de busca, apreensão e prisão contra 350 suspeitos ligados a um esquema bilionário de fraudes no setor de combustíveis (por meio de adulteração), controlado pelo PCC, em dez estados brasileiros, inclusive Goiás.

Inclusive, a defesa do empresário Lélio Carneiro Júnior, filho de Lélio, afirma que, após a deflagração da Operação Carbono Oculto, a Reag deixou de administrar os fundos de investimento de Carneiro. “Após a deflagração da operação Carbono Oculto, tomou a decisão de encerrar sua relação com a gestora REAG. Esse processo vem sendo conduzido em estrita conformidade com a legislação aplicável.”

Em nota ao Mais Goiás, ele também negou qualquer envolvimento. “Em relação às empresas do chamado Grupo Coral, controladas por seu pai, Lélio Júnior destaca que nunca integrou o quadro societário dessas companhias e, portanto, não pode ser responsabilizado por obrigações ou problemas decorrentes da gestão de terceiros.”

Ele esteve holofotes há alguns meses, quando propôs a transformação do Vila Nova-GO em Sociedade Anônima do Futebol (SAF). A operação com investidores foi estimada em R$ 500 milhões e envolvia a Reag. Contudo, não avançou. Segundo a defesa, a negociação com a SAF não tem relação com o Grupo Coral.

A Reag, por meio de nota, disse não haver “participação da empresa ou de seus executivos em operações de ocultação de patrimônio ou de lavagem de dinheiro” e que “atua em conformidade com as normas vigentes do mercado financeiro”.

Nota de Lélio Carneiro Júnior:

O empresário Lélio Carneiro Júnior esclarece que, após a deflagração da operação Carbono Oculto, tomou a decisão de encerrar sua relação com a gestora REAG. Esse processo vem sendo conduzido em estrita conformidade com a legislação aplicável.

Em relação às empresas do chamado Grupo Coral, controladas por seu pai, Lélio Júnior destaca que nunca integrou o quadro societário dessas companhias e, portanto, não pode ser responsabilizado por obrigações ou problemas decorrentes da gestão de terceiros.

O seu posicionamento reflete a postura pautada pela legalidade e pela transparência, afastando de forma categórica qualquer tentativa de associar seu nome a práticas ou situações com as quais ele não tem nenhum vínculo ou ingerência.”