Justiça coloca em sigilo caso de mulher que atropelou árbitro em Senador Canedo
No dia do acidente, vídeos viralizaram com a mulher segurando uma garrafa de cerveja mesmo após o ocorrido.

O juiz da 2ª Vara Criminal de Senador Canedo, Diego Custódio Borges, decretou sigilo do caso da morte do árbitro de futebol Edivaldo Marinho dos Santos, 49 anos, que foi atropelado pela professora Elaine Chagas Cardoso, 45, no último dia 9, na GO-537, no município. Ele acatou pedido da defesa da mulher, que foi presa em flagrante por embriaguez ao volante e homicídio culposo.
No dia do acidente e seguintes, vídeos viralizaram com a mulher segurando uma garrafa de cerveja mesmo após o ocorrido. Ela, inclusive, bebia momentos depois do atropelamento. O árbitro estava indo para uma partida.
A defesa de Elaine apontou os riscos que exposição davam a mulher. Ela e familiares teriam sofrido ameaças nas redes sociais. Da mesma forma, o Ministério Público de Goiás (MPGO) referendou a demanda, uma vez que a imagem da suposta autora, sem tampar o rosto, motivou o pedido. Mesmo sem documentos comprovando as ameaças, o MPGO concordou.
“O caso tem recebido atenção intensa da mídia, o que é compreensível diante da gravidade dos fatos. Todavia, a publicação dos autos e o acesso por dezenas de pessoas tem trazido consequências indesejáveis, como a divulgação em noticiário da TV de imagens da audiência de custódia realizada nos autos, ao que sabemos sem autorização do juízo”, disse o promotor Bruno Barra Gomes nos autos.
Já o magistrado argumentou que os veículos de comunicação não tiveram cautela na divulgação do vídeo. Disse, ainda, que isso poderia gerar “consequências indesejáveis às partes”. “Ademais, o delito supostamente praticado pela autuada ainda está em investigação, não havendo a conclusão do Inquérito Policial”, completou.
Morte do árbitro em Senador Canedo
No dia 9 de julho, a professora Elaine Chagas Cardoso, que estava em um Ford Ka, atingiu frontalmente a moto pilotada pelo árbitro Edivaldo Marinho dos Santos, na GO-537, em Senador Canedo. O homem não resistiu e morreu no local antes da chegada do atendimento.
Na ocasião, foram divuldados vídeos em que mulher aparecida ingerindo bebida alcoólica. Segundo policiais militares que estiveram no local, ela seguia bebendo, sentada no canteiro da rodovia. Ela foi presa em flagrante por embriaguez ao volante e homicídio culposo. Posteriormente, o juiz transformou a prisão em preventiva para manter a mulher detida.
Durante depoimento à polícia, a professora, que estava internada em uma clínica psiquiátrica em Goiânia, mas foi liberada para passar o fim de semana em casa, relatou que ingeriu quatro garrafas de cerveja (330 ml) no almoço. Depois, ela saiu rumo à capital para a casa do namorado, foi quando ocorreu a fatalidade.
Conforme informado pela defesa, a mulher usa regularmente medicamentos para transtornos psiquiátricos graves. Eles também alegaram que ela sofre de depressão, ansiedade, diabetes e burnout.