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Justiça concede liberdade a vereador de Inhumas investigado por tráfico de drogas

O presidente afastado da Câmara Municipal de Inhumas, Gleiton Luiz Roque (PTB), conhecido como Tumate,…

O presidente afastado da Câmara Municipal de Inhumas, Gleiton Luiz Roque (PTB), conhecido como Tumate, foi posto em liberdade por decisão do desembargador José Paganucci Júnior. O vereador estava preso desde 1º de novembro suspeito de tráfico de drogas.

Em decisão liminar deferida nesta quinta-feira (9), Paganucci alega que “para a decretação da prisão temporária faz-se impositiva a demonstração, com base empírica idônea da ‘imprescindibilidade’ da medida cautelar”. Porém, de acordo com ele, não há evidências suficientes de que o investigado possa vir a atrapalhar as apurações do crime.

O desembargador ressalta que Gleiton já foi submetido a interrogatório e que já foram realizadas buscas e apreensões dos documentos e objetos considerados necessários para a investigação do suposto crime. “Não vislumbro, neste momento, a imprescindibilidade da prisão temporária do paciente”, conclui Paganucci.

Regalias

Além da investigação por tráfico, Gleiton também está sendo alvo de procedimento investigatório criminal (PIC), instaurado pelo promotor de Justiça Maurício Alexandre Gebrim, para apurar o possível recebimento de regalias no entro de Inserção Social de Inhumas. Segundo relatado na portaria da abertura do PIC, o Ministério Público recebeu, no dia 7, uma denúncia anônima na qual era relatado que o presidente da Câmara, preso provisoriamente, estaria transitando livremente pela unidade prisional e fazendo o uso de aparelho de telefone celular. No mesmo dia, foi feita visita no local, pelos promotores Maurício Gelbrim e Mário Henrique Cardoso Caixeta, no qual foi comprovado o favorecimento.

No âmbito do procedimento investigatório criminal, foi solicitado à direção do Centro de Inserção Social de Inhumas a escala de todos os servidores ali dotados do dia 1° a 7. Também foi juntada ao PIC a apresentação da gravação em áudio e vídeo feita na visita dos promotores à unidade, juntamente com o termo de visita de autoridades constando o registro ocorrido.

Prisão

Gleiton foi preso junto com o assessor de comunicação da Câmara Municipal de Inhumas, Carlos Alberto de Oliveira Filho, no dia 1º de novembro. Investigação, conduzida pelo delegado Humberto Teófilo, apurou que o vereador e seu assessor vendiam e usavam ecstasy. Eles foram flagrados em conversas de WhatsApp.

A prisão do vereador e do assessor integraram a terceira fase da Operação Assepsia. Segundo o delegado, a polícia suspeitou que Gleiton Luiz e Carlos Alberto traficavam drogas durante diligências das demais fases da operação, que apura fraudes em licitações e funcionários fantasmas na Câmara.

“A investigação visa apurar crimes contra a administração publica, após o cumprimento de diversas medidas cautelares tanto na residência do presidente afastado quanto na Câmara, nos deparamos com provas que denotam a prática do tráfico de drogas relacionado ao presidente afastado e ao assessor de comunicação”, explicou o delegado.

Ao fazer buscas na casa de Carlos Alberto, a equipe encontrou uma arma de fogo com numeração raspada, uma balança de precisão, porções de maconha e diversas embalagens vazias para colocar ecstasy. Por causa da pistola, ele também foi preso em flagrante por posse de arma de uso restrito.

O inquérito policial também aponta indícios de que outro vereador da cidade apenas fazia uso dos entorpecentes com os investigados, motivo pelo qual não foi requerida sua prisão. A Justiça também proibiu a visita dele a Tumate enquanto este estiver preso e determinou que os presos fiquem em celas separadas.

Carlos Alberto possui diversas passagens pela polícia. Além disso, já foi condenado com a 5 anos e 4 meses de prisão pelo crime de roubo a estabelecimento comercial. No celular do investigado, foram encontradas diversas imagens que denotam prática criminosa, como porções de ecstasy, pacotes de maconha, carreiras de cocaína e dinheiro.

O presidente da Câmara já estava afastado do mandato desde o último dia 23 de outubro por suspeita de envolvimento em organização criminosa que fraudava licitações no âmbito do Legislativo municipal.